Último golo de Villa em tarde de despedidas

No último encontro de Espanha e Austrália no Mundial, “La Roja” venceu por 3-0 no adeus do seu maior artilheiro.

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Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Num Mundial que não trará boas recordações a qualquer adepto da “La Roja”, que pela segunda vez na história da competição disputou um encontro estando já eliminada, a “geração de ouro” espanhola despediu-se esta segunda-feira no Arena Baixada, em Curitiba, com três golos sem resposta, um deles, o último de David Villa.

Frente à também já eliminada do grupo B, a Austrália, o seleccionador Vicente Del Bosque promoveu sete alterações face à equipa que perdeu frente ao Chile o acesso à fase seguinte da “Copa”. Entre as novidades, estava “Guaje”, mais de nove anos depois da sua estreia na selecção, a 9 de Fevereiro de 2005 frente a San Marino.

Apesar de uma entrada atrevida dos “Socceroos”, moralizados pela boa exibição frente à Holanda na última jornada e pelo péssimo registo negativo de “La Roja” na prova – em três jogos, consentiu mais golos do que combinadas as últimas três grandes competições internacionais que conquistou –, Villa não tardou em tornar-se a figura em destaque da tarde em Curitiba.

Na última oportunidade para igualar Julio Salinas, Fernando Hierro e Raúl González como quarto espanhol a marcar em três Mundiais, o novo jogador do New York City começou por visar a baliza de Matthew Ryan de posição irregular (21’), assistir de calcanhar Jordi Alba para defesa do guarda-redes (23’) e fazer um centro perigoso para nenhum desvio na pequena área australiana (34’).

Um presságio do que estava para acontecer aos 36 minutos: após incorporação no ataque de Juanfran pelo flanco direito, Villa desviou de calcanhar para o seu último golo com a camisola da selecção espanhola e o nono em fases finais de campeonatos do Mundo, ultrapassando o registo de Maradona, Rivaldo ou Voller.

O maior artilheiro da história espanhola, com 59 tentos em 97 internacionalizações, rompeu com o jejum de 32 anos sem um golo de calcanhar em Mundiais e foi responsável por sete dos últimos 11 golos do seu país na prova.

A Austrália ainda tentou responder de imediato, à semelhança do que fez com a Holanda, mas desta vez não houve Cahill, suspenso, para aproveitar o corte incompleto de Alba no interior da área espanhola.

Já perto da hora de jogo, o Arena Baixada levantou-se para aplaudir o “herói” da partida. David Villa foi substituído por Juan Mata e, emocionado, viu do banco de suplentes o culminar da despedida da selecção ainda campeã do Mundo.

Iniesta, a realizar a sua centésima internacionalização, assistiu com bom passe de ruptura Fernando Torres para o segundo golo na partida (69’).

Ainda antes do apito final, Cesc Fabregas, que substituiu Cazorla no decorrer da segunda parte, sagrou-se o primeiro jogador na história da formação espanhola a fazer assistências em três diferentes edições do Mundial. Juan Mata aproveitou o passe do novo jogador do Chelsea para colocar a bola entra as pernas de Matthew Ryan (82’). Novo lance em que o guarda-redes do Brugge parece mal batido, num Mundial para esquecer do mesmo, depois de ter sido eleito o melhor na sua posição no campeonato belga.

Se do lado de “La Roja” esta foi uma tarde de despedida dos duas vezes campeões da Europa e campeões do Mundo em título, do lado dos pupilos de Ange Postecoglou os fãs australianos viram pela última vez Mark Bresciano numa grande competição internacional. Dado como inapto para o encontro pela imprensa do país, o médio de 34 anos, último sobrevivente da “geração de ouro” do futebol australiano a par de Cahill, substituiu Bozanic perto do final do jogo.

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