Grande derrota, sem uma grande vitória
A surpresa doméstica na noite eleitoral foi Marinho e Pinto. A não surpresa foi a abstenção recorde.
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O PS não conseguiu capitalizar o voto de protesto contra o Governo. Mas os partidos que apoiam o Governo são bastante penalizados pelo voto de protesto. A Aliança Portugal (coligação PSD/CDS) não chega aos 30%, sendo que nas eleições anteriores de 2009 o PSD sozinho tinha conseguido 31,71% e o CDS 8,36%.
E para onde foi o voto de protesto? Bastantes terão com certeza ido para o MPT – Partido da Terra de António Marinho e Pinto, que foi a grande surpresa da noite. Recusa que lhe seja colocado o rótulo de populista, mas foi o discurso antipolíticos e anti-sistema que lhe terá rendido bastantes votos. O outro grande vencedor foi a CDU, que vê a direita a perder, consegue travar o PS, como ainda reduz o Bloco a uma posição quase insignificante.
No conjunto da Europa, a direita do PPE ganhou, embora com um resultado muito inferior ao obtido há cinco anos, sendo que os socialistas se mantiveram como a segunda grade família política. Confirmou-se uma invasão do Parlamento Europeu por mais de uma centena de eurocépticos, sendo o caso mais preocupante para quem acredita no projecto europeu o da Frente Nacional, que ganhou as eleições em França com base num discurso de recusa do euro e de fechar o país à imigração.