O desapontamento

O 25 de Maio, de que tanto se fala, não passará provavelmente de um desapontamento tanto para a esquerda como para a direita. Merecido, de resto.

Mas, para seu mal há uma espécie de mediocridade tenaz que não se remove com facilidade. Seguro repetiu até agora os lugares-comuns que se esperavam dele, sem se enganar catastroficamente, apesar de algumas mudanças de estratégia que as circunstâncias pediam. Claro que, com o seu ar de menino de escola papagueando a lição, Seguro não entusiasma ninguém e muitos militantes desconfiam que ele não vai conseguir esmagar o CDS e o PSD, como acto preparatório para as legislativas.

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Mas, para seu mal há uma espécie de mediocridade tenaz que não se remove com facilidade. Seguro repetiu até agora os lugares-comuns que se esperavam dele, sem se enganar catastroficamente, apesar de algumas mudanças de estratégia que as circunstâncias pediam. Claro que, com o seu ar de menino de escola papagueando a lição, Seguro não entusiasma ninguém e muitos militantes desconfiam que ele não vai conseguir esmagar o CDS e o PSD, como acto preparatório para as legislativas.

Só que Seguro já despachou para a “Europa” os rivais que eram para ele um verdadeiro perigo (excepto António Costa), para evitar sarilhos no caso de um (sempre relativo) fracasso e para dividir as responsabilidades desse fracasso, se ele, por azar, acontecer. De qualquer maneira, o PS vive num dilema de que é difícil sair. Por um lado, precisa de evitar um radicalismo que o faça perder a confiança dos mercados e dos donos da “Europa”, porque sem eles não governará dois dias. E, por outro, precisa de amansar a opinião radical, desde o dr. Mário Soares, ainda uma grande influência, a umas centenas de “socráticos”, fracos mas persistentes, quE esperam a sua hora. Daí que Seguro balance entre uma atitude às vezes razoável e uma ocasional brutalidade contra o governo, sem objecto, nem consequência.

Sucede que o cidadão comum vê as coisas como elas são. Percebe, por exemplo, que o PS, se chegar ao governo, não lhe vai trazer nenhum alívio e que seguirá em grosso a política de Passos Coelho e Paulo Portas. Percebe que a esquerda do partido só serve para irritar os credores e para perder os votos de um eleitorado pacífico e, principalmente, farto de aventuras e de aventureiros. E percebe o perigo de confiar as finanças do Estado e uma economia exangue a um partido que vocifera contra os mercados e contra o que ele chama “neo-liberalismo”. Quem tem dinheiro debaixo da almofada não o arriscará um tostão (um voto) nos socialistas, notoriamente inclinados para trapalhadas de dinheiro e maus negócios. O 25 de Maio, de que tanto se fala, não passará provavelmente de um desapontamento tanto para a esquerda como para a direita. Merecido, de resto.