Renzi anuncia redução de impostos e muitos cortes na despesa

Primeiro-ministro italiano não tem tempo a perder: a diminuição dos impostos para os salários mais baixos estará em vigor já no próximo mês.

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O jovem primeiro-ministro de Itália Remo Casilli/Reuters

Para além dos 80 euros a menos nos impostos do que ganham entre 8000 e 26.000 euros por ano, há uma redução geral de 10% nos impostos sobre o trabalho. “É uma revolução estrutural. Pela primeira vez, o Estado vai redistribuir o seu dinheiro aos italianos”, afirmou o chefe de Governo de 39 anos numa conferência de imprensa durante a qual as medidas anunciadas iam sendo publicadas no Twitter do Governo.

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Para além dos 80 euros a menos nos impostos do que ganham entre 8000 e 26.000 euros por ano, há uma redução geral de 10% nos impostos sobre o trabalho. “É uma revolução estrutural. Pela primeira vez, o Estado vai redistribuir o seu dinheiro aos italianos”, afirmou o chefe de Governo de 39 anos numa conferência de imprensa durante a qual as medidas anunciadas iam sendo publicadas no Twitter do Governo.

“Está a acontecer uma coisa extraordinária: estamos a devolver aos cidadãos um dinheiro que é deles. E estamos a conseguir fazê-lo apertando o cinto à administração”, repetiu o ex-presidente da câmara de Florença, que chegou ao Governo no final de Fevereiro e que a 12 de Março fez uma série de promessas que agora começa a concretizar em medidas.

Ao todo, os orçamentos das administrações locais, regionais e dos ministérios vão sofrer cortes de 2,10 mil milhões de euros, incluindo 400 milhões só no Ministério da Defesa – uma grande fatia de poupança, 150 milhões de euros, virá do programa de aquisição de um lote de caças F35, anunciou o primeiro-ministro. Cada visado terá 60 dias para decidir como realizar estes cortes “de forma inteligente”; se falharem o prazo, o Governo tratará de decidir onde cortar, avisou Renzi. 

Para além disso, o Governo espera recuperar 900 milhões de euros com medidas de “sobriedade” no sector público: o limite de cinco viaturas por ministério e a abolição das tarifas postais especiais para os partidos durante as campanhas eleitorais são duas das medidas previstas. Outra ideia é a introdução de um máximo de 240 mil euros anuais para os salários dois dirigentes das empresas públicas.

O Governo espera ainda recuperar 300 milhões de euros na luta contra a evasão fiscal e vai obrigar as autoridades (câmaras e administração central) a publicar online as suas despesas. “Os cidadãos têm de saber não só quanto mas como é gasto o dinheiro da administração. Vamos publicar até quanto custam os telemóveis dos assessores. Isto é uma revolução”, sublinhou Renzi.

Estas medidas, aprovadas em conselho de ministros na sexta-feira, ainda têm de passar no Parlamento italiano. Em período de pré-campanha eleitoral para as eleições europeias de 25 de Maio, as reacções dos partidos da oposição não surpreenderam. Num comunicado, o Movimento 5 Estrelas descreveu as medidas que devem financiar a redução de impostos como “palavras vazias”, enquanto a direita da Força Itália só ouviu do primeiro-ministro “uma grande confusão”. 

As últimas sondagens mostram que o Partido Democrático, o centro-esquerda de Renzi, continua a liderar as intenções de voto, com 34%. Mas a subir está o 5 Estrelas, do ex-comediante Bepe Grillo, que com 23,5% deixou para trás a Força Itália, ainda liderada por Silvio Berlusconi, que tem apenas 18,9%.