António José Seguro quer “maior transparência” no Estado português

No Dia Mundial do Combate à Corrupção, o líder socialista fala de "um partido invisível" que suga os recursos do Estado.

O secretário-geral do PS defendeu esta segunda-feira uma "maior transparência" no Estado português, considerando que, em Portugal, há um "partido invisível" que "suga" recursos indispensáveis para o Estado poder cumprir as suas funções.

"Precisamos de ter em Portugal um Estado forte, eficaz e que saiba defender o interesse público. E a melhor maneira é criar maior transparência nos negócios, na gestão, nas encomendas do Estado", disse António José Seguro, na vila alentejana de Ourique, na sessão de apresentação do Programa Global de Intervenção Social do Município.

Segundo o líder do PS, Portugal "assiste" ao que designa como "um partido invisível, que se espalha como uma mancha de óleo e substitui as corporações do Estado Novo" e vai "minando os alicerces" do Estado, "corrompendo e capturando" o Estado, "de modo a que não cumpra a sua função essencial".

"Este grito, em particular no Dia Mundial do Combate à Corrupção, tem que ser dado, porque precisamos de ter um Estado forte, com uma liderança forte, que saiba combater esses interesses ilegítimos, que retiram e sugam recursos indispensáveis para apoiar aqueles que necessitam", sublinhou.

Portugal tem que "caminhar para um Estado mais transparente", defendeu António José Seguro, referindo que "é muito importante" haver um Estado "forte", mas "também transparente", porque, "quanto mais transparente for a acção pública, melhor".

"Se há alguma área onde se nota que existe também alguma captura por parte do Estado é naquilo a que podemos designar por um aparelho legislativo paralelo, que tantas vezes impõe, através de uma relação contratual, tantas opções que depois se verificam virem a ser ruinosas para o próprio Estado", disse.

No final da sessão, em declarações aos jornalistas, o líder do PS apontou a necessidade de o Estado "ser transparente quando pede um parecer ou a elaboração de uma proposta de lei fora dos seus gabinetes". O caso BPN e as rendas excessivas são "exemplos muito concretos" de que "há uma mancha que suga recursos indispensáveis" para que o Estado cumpra as suas próprias funções.

Segundo António José Seguro, "numa altura em que o Governo exige pesados sacrifícios aos portugueses", o executivo devia "dar o exemplo no exercício das suas compras e encomendas", colocando, por exemplo, toda essa informação num sítio de Internet.

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