Paulo Portas: “Antes ser celta do que grego”

Maria Luís Albuquerque fala de sinais "encorajadores" da economia. PSD tenta amenizar cortes nas pensões e salários.

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Paulo Portas Enric Vives-Rubio
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Maria Luís Albuquerque Enric Vives-Rubio
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Luís Montenegro e Nuno Magalhães Enric Vives-Rubio

No arranque das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS, o vice-primeiro-ministro voltou a salientar as vantagens de ter um programa cautelar como poderá ter a Irlanda

Paulo Portas acusou o líder do PS de pretender desinformar, ao confundir um segundo resgate com um programa cautelar. O vice-primeiro-ministro apontou o exemplo da Irlanda, que deverá ter programa cautelar, como o preferível. “A Portugal convém seguir a Irlanda e não a Grécia. Antes celta que grego mas em qualquer caso português”, afirmou Paulo Portas, na intervenção inicial das jornadas parlamentares da maioria, a decorrer na Assembleia da República.

“Se António José Seguro não percebe a diferença, creio que a esmagadora maioria dos portugueses percebe a diferença entre o que pode permitir à Irlanda sair do programa de assistência e o resgate doloroso da Grécia”, apontou.

Num discurso de perto de 50 minutos, Paulo Portas salientou os “sinais ténues” mas “consistentes” de recuperação da economia. E antevê dados optimistas. “É possível que Portugal esteja a poucas semanas de saber que saiu da recessão técnica que consumiu 1000 dias muito difíceis”, disse o vice-primeiro-ministro, explicando em seguida o significado dessa evolução: “Significa sair da crise económica e fractura social.”

Numa intervenção muito mais curta, de apenas nove minutos, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, salientou os sinais "encorajadores" da economia, apontando a recuperação do desemprego, embora tenha qualificado o OE como "exigente" até porque mantém os 4% de meta do défice. Depois da intervenção de Maria Luís Albuquerque, os jornalistas saíram da sala, assim como Paulo Portas, e a ministra esteve a responder a perguntas dos deputados.

PSD admite subir limite mínimo dos cortes de pensões e salários
Antes de Portas e de Maria Luís Albuquerque falarem, o líder da bancada social-democrata referiu a intenção de haver “diálogo directo” com os membros do Governo para permitir, durante a discussão na especialidade, a ponderação das propostas da maioria, que serão apresentadas nessa altura. “É nossa convicção que os deputados da maioria conseguirão aliviar o esforço de quem tem rendimentos mais baixos”, afirmou, acrescentando a intenção de encontrar “alternativas na diminuição da despesa e receitas”.

Em entrevista ao PÚBLICO, Montenegro já tinha avançado a intenção de aliviar os cortes de pensões e salários. Sem se comprometer com valores, o líder parlamentar dos sociais-democratas referiu que já seria "significativo" começar os cortes nas pensões "entre os 500 e os 600 euros" e não acima dos "419 euros previstos". E no caso dos cortes salariais da função pública, previstos para rendimentos superiores a 600 euros, Montenegro considerou "desejável" elevar a fasquia. "Por exemplo, se a elevarmos para 700 euros, estamos a falar já de vários milhares de funcionários públicos que serão atingidos [aliviados] e que são os que têm os rendimentos mais baixos. Estamos disponíveis para avaliar o impacto financeiro que estas medidas podem ter e encontrar alternativas."

Nas jornadas parlamentares, Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, também referiu que o OE pode ser melhorado, tal como aconteceu em anos anteriores. “Todos os outros orçamentos não foram os mesmos que saíram na votação global. Estou convicto de que será possível para este Orçamento do Estado”, afirmou.

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