Portugal defende manutenção do embargo de armas à Síria até Junho

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O conflito na Síria começou há cerca de dois anos e já provocou mais de 70 mil mortos JALAA MAREY/AFP

“Temos mantido a posição que sempre defendemos até agora, que é manter o embargo [de armas à Síria] até ao seu fim, em Junho”, afirmou à Lusa Miguel Morais Leitão, que representa Portugal na reunião informal de dois dias dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), a decorrer em Dublin até sábado.

“Neste momento, a decisão está tomada até Junho, portanto é nessa altura que tem de ser reanalisada”, acrescentou o secretário de Estado.

O fim do embargo de armas à Síria, que tem sido reivindicado por França e pelo Reino Unido, dominou a agenda do primeiro dia da reunião dos chefes da diplomacia europeia.

Paris e Londres voltaram hoje a defender o fim do embargo, uma proposta que está longe de ser consensual na UE e que conta com a oposição de vários países, entre os quais a Alemanha, a Áustria e a Irlanda (que assume a presidência semestral da UE).

Apesar de o embargo de armas à Síria ter estado em debate, deste encontro informal de ministros dos Negócios Estrangeiros não sairá uma posição formal sobre o assunto.

O tema continuará a ser discutido nas próximas semanas, de modo a que haja uma decisão final dos 27 até ao fim de maio, altura em que terminam as sanções impostas à Síria pela UE, explicou o ministro britânico, William Hague, à chegada à reunião.

No final de Fevereiro, os 27 Estados-membros decidiram prorrogar as sanções à Síria até ao fim de maio, mas autorizaram o fornecimento de material não letal e de assistência técnica para ajudar a oposição ao regime de Bashar al-Assad e a população civil.

O conflito na Síria começou há cerca de dois anos e já provocou mais de 70 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.