José Mourinho, Ronaldo e Pepe caíram nos penáltis e vêem o Bayern na final da Champions

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Cristiano Ronaldo desalentado após a eliminação do Real da final da Champions Foto: Sérgio Perez/Reuters

Real Madrid chegou a estar a vencer com dois golos de Ronaldo, mas permitiu o empate da eliminatória e não suportou os penáltis.

O sonho de José Mourinho conquistar três Ligas dos Campeões por outros tantos clubes foi ontem, mais uma vez, adiado. A jogar em casa, o Real Madrid chegou a ter o mundo a seus pés com dois golos de Cristiano Ronaldo no primeiro quarto de hora, mas depois assistiu-se a uma reacção surpreendente do Bayern Munique. Os alemães marcaram, empataram a eliminatória e levaram a discussão para prolongamento e depois para grandes penalidades. Ronaldo falhou, Kaká imitou-o, com José Mourinho a assistir de joelhos. Os alemães desperdiçaram também duas grandes penalidades, mas Sérgio Ramos deitou tudo a perder com um remate disparatado. Tudo o que Schweinsteiger não fez. O Bayern será o adversário do Chelsea, na final, dia 19 Maio.

O minuto seis parecia oferecer a Ronaldo, Mourinho e companhia uma caminhada tranquila rumo às portas do céu. A estrela portuguesa aproveitou uma grande penalidade e colocou o Real Madrid na fente da eliminatória. Mas não se ficou por aqui. Özil, aos 15", teve um passe fantástico e Ronaldo surgiu entre os centrais a definir a jogada de uma forma que só está ao alcance dos melhores. Concluiu o lance com um remate que fez a bola entrar junto ao poste direito.

Neste quarto de hora, as exibições sublimes de Özil e Cristiano pareciam destroçar sem apelo o Bayern. Mas a qualidade de Cristiano e Özil foi directamente proporcional aos disparates defensivos da equipa, à incapacidade de pressionar as segundas linhas do Bayern e ao desastre que foi, mais uma vez, Di Maria. E o que parecia ser uma noite tranquila, transformou-se num semi-pesadelo. Com Robben, Mario Gómez e Ribery a justificarem as dores de cabeça de um estádio cheio de adeptos e com Pinto da Costa na tribuna.

Com este trio a formação alemã nunca poderia ser vulgar. Conseguiu manter sempre o jogo vivo. Soube tirar partido de algumas deficiências do sector recuado dos espanhóis e teve sempre em mente o caminho da final. Robben teve o golo nos pés, depois de um passe de Alaba - Marcelo (que substituiu Coentrão) esqueceu-se de acompanhar o holandês e o falhanço foi inacreditável. Mas Robben não falhou (27") uma grande penalidade, numa falta de Pepe sobre Mario Gómez. Um lance que deixou dúvidas (como deixou dúvidas a mão de Alaba, em queda, depois de um cruzamento de Di Maria, que permitiu o primeiro golo do Real). Casillas não defendeu o disparo de Robben e estava feito o empate da eliminatória.

A partida foi frenética. Sem um verdadeiro dono. Com as oportunidades a dividirem-se de parte a parte. Benzema ameaçou, aos 47". Respondeu um minuto depois Mario Gómez. O Bayern conseguiu impor o seu ritmo. Trocou bem a bola. E, aos 67", foi mais uma vez Casillas a defender um disparo de Robben. Notava-se o esforço que os espanhóis tiveram dias antes no confronto com o seu eterno rival Barcelona e alguns jogadores passaram ao lado da partida. Como Di Maria, que acabou substituído por Kaká aos 75 minutos. O argentino esteve muito distante daquilo que pode e sabe fazer.

E foi a equipa alemã a mostrar mais capacidade para evitar o prolongamento. Esteve mesmo a um passo com uma grande jogada, aos 86". Mais uma vez pelos pés de Robben, mas Gómez não teve o descernimento necessário para concluir rapidamente o cruzamento do holandês, permitindo a Ramos chegar a tempo de tapar o remate. Tremeram as bancadas do Santiago Bernabéu. O prolongamento foi inevitável. Com o Real a assumir novamente o domínio do jogo. Mas Ronaldo já não tinha a capacidade que se lhe reconhece para causar desequilíbrios. Os seus temíveis remates já não tinham a mesma eficácia. Tudo se decidiu nos penáltis e a favor dos alemães.

Notícia substituída às 9h48
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