Nissan cancela investimento de 156 milhões em Aveiro

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Primeira pedra da fábrica foi lançada por José Sócrates a 11 de Fevereiro Foto: Adriano Miranda

O investimento de 156 milhões de euros que a Nissan previa ter pronto em Dezembro de 2012 com a abertura de uma fábrica de baterias em Cacia, Aveiro, já não vai ser concluído. A decisão foi hoje comunicada ao Governo pela aliança Renault-Nissan, que decidiu recuar e desistir do projeto apenas nove meses após o lançamento da primeira pedra.

Para trás ficam 200 postos de trabalho que a empresa já tinha começado a recrutar e 50 mil baterias de iões de lítio previstas serem produzidas por ano em Cacia.

A japonesa Nissan, justifica o porta-voz da fabricante, António Pereira-Joaquim, decidiu suspender a construção da fábrica depois de concluir que as outras quatro onde já são produzidos os mesmos componentes (em França, Reino Unido, EUA e Japão) bastam para o grupo “atingir um milhão e 500 mil veículos eléctricos vendidos até 2016”. “As quatro fábricas estão a ter níveis de eficiência muito elevados e a empresa preferiu as que estão próximas de centros de produção de veículos eléctricos”, explicou ao PÚBLICO.

A Nissan, que tem como vice-presidente o português Carlos Tavares, rejeita que o projecto dos carros eléctricos “a nível global” esteja comprometido, assim como “não se pode dizer que haja alterações” quanto à aposta neste nicho no mercado português, sustenta o porta-voz do grupo.

A aliança previa, para já, montar em Portugal 50 mil baterias por ano (com componentes vindos de outros mercados), para depois exportar os módulos montados em Cacia para as fábricas de montagem dos veículos.

Quando foi lançada a primeira pedra da fábrica – coube ao então primeiro-ministro José Sócrates fazê-lo a 11 de Fevereiro deste ano na presença de altos quadros da aliança –, Carlos Tavares levantava o véu sobre o projecto: os trabalhadores da fábrica portuguesa começariam por fornecer baterias para o veículo Renault Fluence, montado na unidade da Renault em Bursa, na Turquia. Mas admitia que, no futuro, a aliança viesse a investir em Portugal na produção de outros componentes para o carro eléctrico.

Dos 200 postos de trabalho estimados, estavam escolhidos seis, com quem a empresa promete “analisar a futura recolocação na aliança”, assegura. O espaço da fábrica, cujo edifício já tem a nave construída nos 30.450 metros quadrados do terreno, ainda não tem fim definido.

Notícia actualizada às 20h37

: Acrescenta informação sobre o projecto.

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