Torne-se perito

Morreu Teresa Rosmaninho, defensora dos direitos das mulheres

Passou a vida adulta a lutar pelos direitos das mulheres. Nos últimos nove meses, lutou contra um cancro na pleura. Teresa Rosmaninho morreu ontem no Hospital de São João, no Porto. A partir das 11h00 de hoje há um convívio na casa onde a activista, de 55 anos, nasceu (Rua Agostinho de Campos, número 245). Às 16h00, o seu corpo será conduzido ao crematório do Prado do Repouso.

Havia quem brincasse com a data do seu nascimento, como se nela houvesse algo de premonitório. No dia 25 de Abril de 1974, Teresa Rosmaninho celebrou 18 anos. Nascera no seio de uma abastada família das Antas, mas estava em Lisboa, no Instituto Superior de Psicologia Aplicada. E foi como militante do MRPP que viveu o Processo Revolucionário em Curso.

A sua dedicação aos direitos humanos revelou-se cedo. Foi ela quem fundou o primeiro gabinete da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima no Porto. Entre 1983 e 1996, trabalhou no Instituto de Reinserção Social. Depois chefiou o Projecto INOVAR, que pôs PSP e GNR a receber formação na área da violência doméstica e a abrir salas de atendimento às vítimas.

Há muito que fazia voluntariado na Soroptimist International (SI). Nos últimos anos dedicou-se ao activismo a tempo inteiro, forma que encontrou de continuar a abrir caminho. Responsável técnica por uma casa-abrigo para vítimas de violência doméstica, impulsionou serviços de proximidade nas autarquias e lançou um dos primeiros programas de promoção de igualdade de género nas escolas.

Em Dezembro, uma tosse insistente levou-a ao hospital. Deram-lhe uns dias de vida. Resistiu muito mais do que os médicos foram capazes de prever.

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