Falta de carruagens obriga a CP a reformular os horários na linha de Cascais

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Número de comboios mantém-se

Os comboios com início e fim na estação de São Pedro desaparecem. Mas oferta nas horas de ponta até Cascais é reforçada. Frequência passa a ser de 12 em 12 minutos

A partir de 18 de Setembro entra em vigor um novo horário na linha de Cascais, na qual passará a haver apenas as famílias de comboios Lisboa-Cascais e Lisboa-Oeiras. Os comboios com início e fim em São Pedro desaparecem, sendo as unidades afectas a essa rotação distribuídas pelas outras duas famílias, sobretudo nas horas de ponta. A linha passará, assim, a funcionar apenas com duas famílias de comboios (Cascais e Oeiras) e com um reforço na sua frequência, pois, nas horas de ponta, o intervalo entre duas composições será de 12 minutos em vez dos 15 minutos actuais.

A nova reformulação dos horários não reduz o número de comboios, que continuam a ser de 250 em cada sentido. Só que passará a haver 138 circulações por dia entre Cais do Sodré e Cascais e 112 entre Cais do Sodré e Oeiras.

A CP já em Julho tinha suprimido 17 circulações da família de S. Pedro (reduzindo de 268 para 251 o número de comboios diários nesta linha) alegando necessidade de efectuar reparações na sua frota dos suburbanos de Cascais. Agora, em comunicado, a empresa vem assumir que esta "situação de indisponibilidade parcial de material circulante deverá continuar a ocorrer até ao final de 2011", pelo que a solução foi acabar com os restantes 40 comboios diários que circulavam na família de S. Pedro.

Um comunicado do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, emitido ontem e intitulado "O provisório que se torna definitivo", diz que "a linha de Cascais está a sofrer os efeitos do desinvestimento dos últimos anos, fazendo-se notar mais na degradação do material circulante que está a atingir os limites de vida activa, sem que se conheçam soluções para a sua substituição".

A anulação de um concurso público da CP para a compra de novos comboios para esta linha obrigou a empresa a reforçar a manutenção da sua envelhecida frota nesta linha. A segurança não está posta em causa, mas é inevitável que o serviço continue a degradar-se devido à falta de material, podendo também as velocidades virem a baixar porque a falta de investimento ocorre igualmente ao nível da infra-estrutura (ver PÚBLICO de 8/7/2011).

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