Torne-se perito

Alguns dos medicamentos mais vendidos em Portugal baixam de preço a partir de hoje

Remédios para o colesterol e para o estômago vão custar menos 30 e 60 por cento, respectivamente

A partir de hoje, muitos medicamentos vão baixar uma vez mais de preço, ao abrigo da revisão que é feita trimestralmente e que coloca os laboratórios numa corrida com o objectivo de posicionarem os seus produtos entre os cinco mais baratos de cada substância activa, porque só os fármacos deste grupo recebem comparticipação do Estado.

Uma corrida que preocupa o presidente da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos (Apogen), Paulo Lilaia, que teme que alguns dos medicamentos genéricos mais baratos não consigam aguentar-se no mercado perante as sucessivas baixas de preço de que têm sido alvo.

Mesmo entre os medicamentos de preço mais elevado, muitos líderes de vendas vão ver o preço reduzido até 60 por cento. Este é o caso da sinvastatina (para o colesterol) e do omeprazol (um protector gástrico). Segundo dados da Apogen, o primeiro tinha como preço de referência 6,11 euros e passará para 4,30 e o segundo custa 14,66 euros e a partir de hoje passa para 5,93 euros - o que representa uma quebra de quase 30 e 60 por cento, respectivamente. Desde que o Estado passou a comparticipar apenas os cinco medicamentos mais baratos de cada substância activa que trimestralmente é feita uma revisão de preços, com os laboratórios da indústria farmacêutica a disputarem um destes lugares.

Segundo o último relatório da Autoridade Nacional do Medicamento, os genéricos atingiram nos primeiros quatro meses do ano uma quota de mercado de 21 por cento (em embalagens) e 19,44 por cento em vendas, um total de 189 milhões de euros. Comparando com o mesmo período em 2010, venderam-se 17 por cento mais embalagens de genéricos, mas com uma factura dez por cento inferior.

"Há medicamentos genéricos que podem efectivamente baixar ainda mais o seu preço, mas há outros que podem ficar de tal maneira baixos que não conseguirão continuar no mercado", defende Paulo Lilaia.

Questionado sobre alternativas - numa altura em que o memorando assinado com a troika recomenda cortes de cerca de 900 milhões de euros em dois anos -, o responsável da Apogen lembrou que há muitos medicamentos cuja patente já expirou e que "por questões administrativas continuam travados em processos que se arrastam em tribunais". Em causa estão mais de 20 moléculas.

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