Cafetaria do Parque da Pasteleira continua fechada e a degradar-se

Rui Sá, vereador da CDU na Câmara do Porto, visitou ontem o equipamento e prometeu levar o assunto à próxima reunião do executivo

Já quase não sobra um vidro para contar como era a fachada do edifício construído para funcionar como casa de chá e restaurante no Parque Urbano da Pasteleira, no Porto. Pronto desde 2003, aquele equipamento nunca chegou a ser utilizado e foi ontem visitado pelo vereador da CDU, Rui Sá, que prometeu pedir explicações à maioria do executivo da Câmara do Porto.

"Desde que, em 2009, foi criada uma comissão para elaborar uma proposta de reestruturação do parque para torná-lo mais atractivo, passaram mais de dois anos e nada foi feito. O estado de degradação tem continuado a aumentar", criticou o autarca durante a visita.

Situado à beira de um lago aprazível, entre árvores, patos e o rumor das águas, aquilo que foi desenhado para ser um equipamento de apoio aos utentes do Parque da Pasteleira não passa, hoje, de uma triste ruína: os espaços onde existiam vidros estão quase todos tapados com placas de contraplacado e a própria estrutura de madeira ostenta sinais de degradação resultantes da falta de conservação. "É uma pena ter aqui um espaço tão bonito com um equipamento degradado", considerou Rui Sá.

O edifício chegou a ser concessionado por concurso, em 2004, mas a câmara acabou, após vários desentendimentos, por rescindir o respectivo contrato em 2009, sem que a casa de chá e restaurante alguma vez tivesse aberto as portas (funcionou apenas temporariamente como centro de educação ambiental). Depois disso, o equipamento mergulhou na mais absoluta indefinição e nem as conclusões da comissão entretanto criada chegaram a ter qualquer expressão prática.

"Não há nenhuma medida para reabilitar e ocupar o edifício, nem para incentivar a utilização do parque, nenhuma medida de animação que atraia pessoas e, por essa via, aumente a segurança deste espaço. Há muita gente na cidade que nem sabe que isto existe", criticou Rui Sá. Segundo o vereador, a autarquia tem justificado a inacção com o projecto da futura linha do Campo Alegre do metro do Porto, que obrigará a cortar uma parte do parque. "Mas não podemos pactuar com este adiamento, sob pena de se assistir à degradação completa disto. Para construir aqui a ciclovia também não se ficou à espera do metro", acrescentou o vereador comunista.

Rui Sá considera ainda que o caso do equipamento da Pasteleira é apenas um exemplo, já que também no Parque da Cidade e no Parque de S. Roque há equipamentos que não estão a ser devidamente aproveitados, não tendo também sido concretizado o salão de chá que Siza Vieira projectou para a Rotunda da Boavista.

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