Galegos já são 12 por cento no Sá Carneiro

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Passageiro típico é português, tem PAULO PIMENTA

Passageiros oriundos da Galiza são já 600 mil, mais 200 mil do que em 2008, o ano em que, pela primeira vez, o tráfego do Sá Carneiro ultrapassou o dos três aeroportos galegos juntos

Os passageiros oriundos da Galiza (Espanha) representaram, em 2010, cerca de 12 por cento dos utilizadores do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, revela um estudo realizado pela ANA- Aeroportos de Portugal. A percentagem corresponde a um aumento de cerca de três por cento em relação a 2008, o primeiro ano em que o tráfego do aeroporto portuense ultrapassou o dos três aeroportos galegos, em Vigo, Santiago de Compostela e em A Corunha.

Em 2008, o estudo do perfil dos passageiros do Sá Carneiro, realizado pela ANA, apontava a existência de 400 mil galegos, o que, num universo de cerca de 4,5 milhões de passageiros, correspondia a algo como nove por cento do volume total. Em 2010, quando a ANA voltou a analisar a presença galega no aeroporto do Porto, o número cresceu para 600 mil passageiros, oriundos, maioritariamente, de Vigo (52,7 por cento), Pontevedra (19,8 por cento) e Orense (13,6 por cento).

Fonte da ANA disse ao PÚBLICO que não é possível estabelecer uma relação directa entre o aumento dos passageiros galegos no Porto e a diminuição do tráfego nos aeroportos da Galiza. Contudo, desde 2008 que o fosso entre a importância do aeroporto do Norte de Portugal e os três aeroportos galegos não pára de aumentar.

Em 2010, e apenas dois anos depois de ter assumido a dianteira, o Sá Carneiro teve "cerca de mais um milhão de passageiros" do que os aeroportos da Galiza", frisa a mesma fonte. No comunicado em que divulga os dados sobre os passageiros de 2010, a ANA considera que o aeroporto do Porto "vê assim reforçada a sua posição de catalisador económico da região em que se insere". Este tem sido também o argumento utilizado pelo agentes económicos e políticos que rejeitam a subalternização da gestão do Sá Carneiro ao futuro Aeroporto Internacional de Lisboa, defendendo, junto do Governo, a gestão autónoma do equipamento nortenho.

O peso dos passageiros galegos é analisado em conjunto com o dos restantes passageiros outbound do aeroporto, ou seja, aqueles que residem na área de influência do Sá Carneiro. Neste grupo, a grande maioria dos utilizadores do equipamento residem no Grande Porto (33,2 por cento), seguindo-se os utentes com residência em Braga (16,2 por cento), Aveiro (9 por cento) e Guimarães (4 por cento).

Os passageiros outbound são, todavia, apenas cerca de 33 por cento de todos os utilizadores do aeroporto portuense, tendo havido um aumento dos passageiros inbound (residentes fora da área de influência do aeroporto), que representam já 53,8 por cento de todos quantos passam pelo Sá Carneiro.

Neste grupo, em 2010, chegaram e partiram do aeroporto do Porto passageiros oriundos de França (32,3 por cento), Grã-Bretanha (15,1 por cento), Suíça (13,2 por cento), Espanha (11,8 por cento) e Alemanha (10 por cento). Pessoas que viajam para visitar a família e amigos (37,2 por cento), em trabalho (34,9 por cento) ou em turismo (21,4 por cento).

O perfil típico do passageiro do Sá Carneiro continua a ser o português, com menos de 35 anos, frequência do ensino superior e residência em Portugal, França ou Espanha.

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