Comboios de passageiros devem manter-se no ramal Setil-Vendas Novas

CP e municípios do Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos acertaram condições que permitirão reverter a suspensão do serviço planeada para 1 de Fevereiro

As câmaras ribatejanas do Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos e a CP chegaram, esta semana, a um entendimento que deverá permitir manter a circulação de comboios de passageiros no ramal Setil-Vendas Novas.

Já a partir de Março deverão ser introduzidos alguns reajustamentos para reduzir os custos e o elevado défice de exploração. A CP chegou a anunciar a suspensão deste serviço no próximo dia 1 de Fevereiro devido ao escasso número de passageiros e ao atraso no pagamento dos encargos que cabem às autarquias. As câmaras assumiram, entretanto, novos compromissos de pagamento e a CP já admite alterar a sua posição se as autarquias aceitarem a nova proposta de protocolo que lhes remeteu.

Serviço até Setembro

Depois de semanas de dúvida, as três câmaras envolvidas no acordo que, em Setembro de 2009, levou à reactivação das ligações ferroviárias entre Coruche o Setil reuniram-se no princípio da semana com a administração da CP e vão ser recebidas hoje pelo secretário de Estado dos Transportes.

No início desta semana, autarquias e transportadora chegaram a um acordo e, segundo os autarcas, está assente a manutenção do serviço até Setembro, após o que será feita uma nova avaliação.

A ideia será baixar os custos com uma redução de circulações com menos procura - o sindicato dos revisores sugere seis comboios diários em vez dos actuais dez - e com a eliminação da necessidade de pernoita de funcionários em Coruche. Desta forma, segundo os autarcas, será possível reduzir os gastos em 20 a 30 por cento.

Ao mesmo tempo, as três autarquias apresentaram planos de pagamento para assegurarem nos próximos meses a sua quota-parte (cerca de 280 mil euros) nos prejuízos de exploração.

A CP disse ao PÚBLICO que, se for "formalizado" o entendimento obtido na segunda-feira, a transportadora estará disponível para alterar a decisão de suspensão do serviço. "No entanto, esta empresa só emitirá informação sobre o assunto quando, de facto, existir uma formalização", refere o gabinete de relações institucionais e de comunicação da transportadora ferroviária, frisando que aguarda ainda respostas das três autarquias à proposta de novo protocolo.

A CP alegava que os prejuízos do relançamento deste serviço de passageiros já ultrapassaram os 500 mil euros, entre Setembro de 2009 e Outubro de 2010.

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