UP aguarda autorização para avançar com o pólo de investigação em ciências agrárias

Projecto já com fundos garantidos vai transformar o campus agrário de Vairão, em Vila do Conde

A universidade do Porto (UP) já tem pronto o processo para a criação, no seu campus agrário de Vairão, Vila do Conde, do Pólo de Ciência e Tecnologias Agrárias e Veterinárias, que implicará um investimento de "dezenas de milhões de euros" em infra-estruturas académicas, entre as quais pontificará um hospital veterinário para animais de grande porte - não domésticos - e que terá associada uma vincada componente de investigação.

Uma fonte da UP explicou ao PÚBLICO que, nesta altura, as entidades envolvidas aguardam apenas que o Estado conceda à UP o direito de utilizar uma área envolvente ao Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV) e que estava sob a alçada do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas. A Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças - gestora do património do Estado - ainda não estabeleceu as condições de cedência do direito de superfície à Universidade do Porto que deverá ficar registado num acordo escrito.

Quando tal suceder devem começar a ser desenvolvidos os projectos que, segundo a mesma fonte, já têm a garantia de financiamento por fundos comunitário (70 por cento do investimento), através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). "A expectativa da universidade é que no início do ano, o processo possa arrancar por uma das peças, seguindo-se as outras", explicou um elemento próximo da reitoria da UP. O novo projecto tem mais dois alicerces para além do hospital: um centro de acolhimento para empresas interessadas em estar perto de investigação e um módulo de pesquisa e desenvolvimento na área das biotecnologias. Recorde-se que, já em Fevereiro do ano passado, o então ministro da Agricultura, Jaime Silva, adiantava que, em Vairão, surgiria o "maior centro de investigação veterinária do país", aproveitando a qualidade do LNIV, mas também o prestígio da UP na criação de outras valências, aproveitando grande parte de uma área de 70 hectares, onde, presentemente, estão o "edifício principal da Quinta do Castro, a Casa da Eira e o Museu Agrícola".

"Do ponto de vista botânico, o campus tem mais de meia centena de famílias botânicas, sendo que também é rico do ponto de vista da fauna, onde há registo de 61 espécies observadas", adiantou ontem a agência Lusa, que recolheu do presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, palavras de regozijo por o seu município se preparar para ter um pólo universitário importantíssimo, não só para o concelho, mas para toda a região".

Sobre o Museu Agrícola a Câmara de Vila do Conde frisou em comunicado que a gestão ficará a cargo da UP, "evitando-se assim a degradação do valioso património edificado e museológico existente". Em 25 de Novembro, os vereadores do PSD - na oposição - conseguiram fazer aprovar um voto de protesto da autarquia contra o estado de abandono do museu e do seu espólio.

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