Torne-se perito

Onda arrastou duas mulheres para a estrada na zona do Passeio Alegre e danificou vários bares de praia no Porto

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As marés vivam criaram ondas que terão chegado aos sete metros ADRIANO MIRANDA

Duas mulheres ficaram, ontem, feridas, ao serem apanhadas por uma onda, na zona do Passeio Alegre, na Foz do Porto. As marés vivas, associadas a uma tempestade no mar, criaram ondas que, segundo testemunhas, terão chegado aos sete metros e que danificaram vários bares de praia e passadiços, no Porto e em Vila Nova de Gaia.

Os Bombeiros Voluntários Portuenses foram chamados, pelas 15h30, para socorrerem duas mulheres, de 28 e 30 anos, que foram apanhadas de surpresa pela violência de uma onda, que galgou o paredão e as atirou para a rua, entre o Forte de S. João e o Passeio Alegre. Fonte dos bombeiros disse que a vítima mais grave "foi empurrada para debaixo de um carro" que estava estacionado no local, tendo sofrido cortes na cara e couro cabeludo. A outra mulher, de 30 anos, não sofreu ferimentos graves, mas estava já no final do tempo de gravidez, pelo que também foi transportada para o Hospital Geral de Santo António. Seis viaturas estacionadas na zona também sofreram estragos.

A zona foi interdita ao trânsito pela polícia, mas ao final da tarde, quando a maré cheia das 17h00 já tinha passado, vários curiosos ignoravam a zona de protecção e acercavam-se, de novo, do paredão, para ver a força das ondas, que continuavam a erguer-se, de forma violenta. Aida Silva, de 50 anos, era uma das curiosas. Vive em Gondomar, mas diz que "já é costume" escolher aquela zona da Foz para passear. Encostada ao paredão, para lá das fitas que proibiam o acesso, não via motivos para ter receio. "A água não chega aqui", dizia, confiante, antes de saber que as duas mulheres tinham sido atingidas naquele local. "Não sabia, mas também já vou embora", desculpou-se.

O mar também afectou alguns dos bares de praia da marginal da Foz. Na praia da Luz, ainda houve tempo para retirar a esplanada exterior, o mobiliário e as portadas exteriores em vidro, antes de a água invadir o espaço e partir uma das paredes internas de vidro. "Logo à noite já vamos estar abertos para o jantar", garantiu Rui Couceiro da Costa, responsável pelo espaço, enquanto um batalhão de funcionários tentava empurrar a água do bar, à força de vassouradas.

Outro dos espaços mais afectados foi o bar da praia de Gondarém. Algumas das suas cadeiras foram parar a outro bar, o da praia do Ourigo, junto ao qual os funcionários se afadigavam a recolher pesados barrotes, arrancados dos passadiços instalados pela autarquia. Um problema que também se viveu do lado de Vila Nova de Gaia, onde partes desta infra-estrutura desapareceram.

O mau tempo provocou estragos noutras zonas litorais do país, como Esposende, Figueira da Foz e alguns portos dos Açores. Ao final da tarde de ontem, o Instituto de Meteorologia colocou 14 distritos em alerta amarelo.

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