Novo Hard Club abre no próximo dia 16 com ainda mais música e outras ambições

Antigo Mercado Ferreira Borges terá três palcos, zona de restauração, loja de discos e livros, área de animação pública, cinema, teatro, exposições e espaço para duas mil pessoas

O Hard Club reabre as portas no próximo dia 16, mas já não será o Hard Club. Ou por outra: ainda haverá música, potencialmente até haverá mais música do que havia antes, mas haverá também cinema, teatro, exposições, workshops, conferências, comida e tudo o mais que caiba dentro do espaço do antigo Mercado Ferreira Borges, no Porto, onde a sala de concerto da marginal de Gaia vai agora renascer.

"Queremos ser um palco da cidade, um espaço de encontro e de partilha. E queremos rentabilizar este espaço ao máximo", resume Paulo Ponte, um dos responsáveis pelo Hard Club.

O novo Hard Club terá três palcos, os quais poderão funcionar ao mesmo tempo graças às caixas acústicas que são as duas salas de concertos, totalmente isoladas e pousadas sobre borracha natural, de modo a que nem as vibrações do som passem para o exterior (o terceiro palco é no pátio principal). As salas têm, ao todo, capacidade para 1300 pessoas e é ali que vão actuar, logo nos primeiros dias, os britânicos Zero 7 (ver caixa), os alemães Atari Teenage Riot e os portugueses Moonspell e Samuel Úria.

Confirmada está já também a exibição de filmes - haverá, por exemplo, Fados, de Carlos Saura, mas também, todas as quartas-feiras, o concurso de curtas-metragens Shortcutz -, bem como a estreia, no dia 28, de O Guardião do Rio, a nova produção do Teatro da Palmilha Dentada.

Na nova filosofia, o Hard Club funcionará todos os dias, das 9h00 às 24h00, oferecendo uma área de fruição pública, com restaurante e esplanada, uma loja de discos e livros que venderá também bilhetes para percursos turísticos pela cidade, exposições. Nas noites de sexta e sábado o horário é alargado até às 4h00, pretendendo-se que o espaço possa transformar-se numa alternativa à animação nocturna agora concentrada na zona dos Clérigos.

"Temos condições para ter uma área de animação de qualidade, mas que será fechada, mais confortável e segura", explica Paulo Ponte, segundo o qual o Hard Club poderá contribuir para o regresso da cidade à zona da Ribeira. "Mas é preciso que a Ribeira saiba aproveitar e que seja capaz de criar motivos de interesse", diz, recordando que o antigo Ferreira Borges tem condições para acolher, sem problemas, duas mil pessoas ao mesmo tempo, com todas as valências a funcionar em simultâneo.

A transformação do antigo mercado da zona histórica custou dois milhões de euros e, recorde-se, resultou de um concurso de concessão lançado pela Câmara do Porto em Fevereiro de 2008, ao qual o Hard Club foi o único projecto concorrente.

As obras acabaram por sofrer alguns atrasos, uma vez que a autorização do Igespar - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico - demorou mais tempo do que o esperado, tendo ainda sido gastos cinco meses suplementares a fazer estudos de acústica, para que tudo saia conforme o previsto. A questão do som era absolutamente fundamental e não fazia sentido poupar tempo nisto", explica Paulo Ponte, segundo o qual os testes já efectuados comprovam a não-propagação das ondas acústicas para fora de cada uma das salas de concerto.

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