Obras do CMIN devem ser consignadas até 15 de Setembro

Carlos Lage pede bom senso e diz que a cidade precisa de uma unidade de referência que preste cuidados avançados às crianças

O presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Lage, lançou um apelo a todas as entidades envolvidas no projecto do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) para que se entendam e tornem possível a construção da nova unidade, prevista para os terrenos de Parceria e Antunes. Lage disse ao PÚBLICO que a consignação da obra será feita durante a primeira quinzena de Setembro, uma etapa que, afirma, corresponde ao arranque da construção da unidade.

Apesar de ter esta garantia por parte do Centro Hospitalar do Porto e de acreditar que o CMIN vai mesmo avançar, Carlos Lage revela que da parte da CCDRN não está excluída a hipótese de abrir um novo concurso para uma eventual candidatura do equipamento a fundos comunitários. Que só avançará - sublinha - no caso de não se conseguir chegar a um entendimento entre o centro hospitalar e a Câmara do Porto que ficou de dar um parecer prévio (que não é vinculativo) até ao dia 10 de Setembro.

"Há a consciência de que a cidade precisa de uma unidade moderna que preste os cuidados de saúde mais avançados às mães e às crianças e todos esperamos que haja um compromisso entre todas as partes envolvidas no sentido de viabilizarem o centro materno-infantil", declarou ao PÚBLICO o presidente da CCDRN. Defendendo de forma empenhada a construção do CMIN, que será, segundo vaticina, "um centro materno-infantil de referência", Carlos Lage pede bom senso e confirma que contactou o Centro Hospitalar do Porto (CHP), responsável pela obra, no sentido de saber se há condições para que a nova unidade se faça mesmo uma vez que o cumprimento dos prazos há muito que foi esgotado. "Funcionamos hoje num calendário muito apertado de candidatura que não pode deslizar indefinidamente", disse ainda aquele responsável.

Preocupado com a situação, o Bloco de Esquerda quer fazer um ponto da situação relativamente ao processo de construção do CMIN. Para hoje de manhã está marcada uma reunião entre o presidente do Conselho de Administração do CHP, Pedro Esteves, e os deputados ao Parlamento e à Assembleia Municipal João Semedo e José Castro. "Queremos saber o que é que efectivamente foi alterado em termos de projecto e qual vai ser o modelo, porque, desde que foi construído o bairro Parceria e Antunes, já foram introduzidas pelo Governo várias alterações ao programa funcional", disse João Semedo.

O deputado referiu também ao PÚBLICO que vai aproveitar a reunião para questionar Pedro Esteves sobre as razões que determinaram a transferência do serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Porto para o Hospital Maria Pia e saber se essa transferência é provisória ou definitiva. "É preciso perceber se é desta vez que o CMIN arranca mesmo ou se vai ficar enredado no novo conflito que estalou entre o CHP e a Câmara do Porto", declarou João Semedo.

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