Ribéry e Benzema acusados de proxenetismo no "caso Zahia"

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Franck Ribéry à chegada ao posto da polícia , ontem de manhã BERTRAND GUAY/AFP

Jogadores franceses foram libertados até à conclusão do caso. Se ficar provado que sabiam que a prostituta era menor, arriscam prisão

O Mundial acabou e o "caso Zahia" pôde voltar ao seu curso normal. Franck Ribéry e Karim Benzema foram formalmente acusados por suspeição de terem mantido relações sexuais com uma prostituta menor de idade, na altura com 16 anos. Os dois jogadores saíram em liberdade com termo de identidade e residência. O cunhado de Ribéry, igualmente envolvido no caso, acabou por ser também libertado, depois de ter prestado declarações.

Os jogadores do Bayern Munique e do Real Madrid estiveram detidos quase sete horas pela brigada de repressão do proxenetismo e, posteriormente, foram apresentados ao juiz de instrução Yves Dando.

A legislação francesa prevê penas até três anos de prisão e 45 mil euros de multa para os clientes de prostitutas menores de 18 anos, se bem que falta ainda provar que os jogadores conheciam a condição de menor de idade da prostituta, na altura.

Em declarações aos jornais franceses, a advogada de Ribéry, Sophie Bottai, afirmou que o jogador foi enganado por Zahia e não sabia que era menor de idade quando contratou os seus serviços, em 2009. O médio francês tinha reconhecido, numa primeira declaração à polícia, em Abril, que tinha tido uma relação com Zahia e lhe tinha pago uma viagem à Baviera, acto que os investigadores estão a averiguar. Se concluírem que foi o próprio futebolista a comprar o bilhete de avião, Ribéry teria de saber a idade da prostituta.

O interrogatório de ontem a Benzema e Ribéry aconteceu três meses depois de o escândalo ter rebentado. Isto porque os investigadores decidiram adiar os testemunhos dos futebolistas para depois do Mundial na África do Sul, para não interferir na preparação da selecção francesa.

Zahia testemunhou na altura dizendo que os jogadores haviam solicitado os seus serviços sexuais quando ela era ainda menor, mas sublinhou que não tinham conhecimento da sua idade. Os encontros tiveram como cenário o Zaman Café, uma discoteca nos Campos Elísios, em Paris, onde trabalhava Zahia. A investigação nesse local obrigou à detenção de vários indivíduos, acusados de proxenetismo. Outro internacional francês, Sidney Govou, admitiu ter tido relações com Zahia, mas quando esta era maior de idade.

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