A reactivação do elevador surpreendeu os moradores. Educadoras de infância e crianças do Centro Social do Barredo foram os primeiros a utilizá-lo

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segundos é o tempo da

viagem do elevador que liga a Ribeira, na cota baixa da cidade, à zona envolvente ao Paço Episcopal, na cota altaDesde ontem que os moradores e as crianças do Centro Social do Barredo já estão a usar o elevador da Lada, no Porto, que esteve parado durante dois anos. A máquina está numa torre de ferro aberta, a fazer lembrar a Ponte de D. Luís, logo abaixo, que se ergue paralela à encosta.

Quem quer um elevador, quando pode vir a saborear cada passo da íngreme escada sobre o Douro? Quem quer atingir o topo do bairro em apenas 30 segundos, como, por exemplo, Cláudia Teixeira, uma das educadoras do ATL do Centro Social de Barredo, no Bairro da Lada. Ou, também, como os 14 miúdos da primária que todas as tardes, ao longo destes dois anos em que o elevador parou, tiveram que subir as escadas, com as mochilas pesadas de livros, depois das aulas, degrau a degrau até perder o gosto pela vista. Os alunos do ATL tiveram de fazer este percurso de Verão e de Inverno, à chuva e ao frio, e, por isso, os miúdos fizeram ontem uma grande festa ao subir no elevador reactivado.

A entrada em funcionamento deste elevador, dois anos depois de uma paragem inexplicável, surge na sequência de uma advertência feita pelos vereadores do PS no último fim-de-semana. O caso foi discutido na última reunião de câmara, por iniciativa do vereador Correia Fernandes, e apanhou de surpresa o próprio presidente de câmara. Rui Rio afirmou desconhecer que o elevador estava parado e, na mesma reunião, garantiu que voltaria a funcionar de imediato.

Assim, ontem, a reactivação do elevador apanhou, à excepção das educadoras e dos alunos, toda a gente de surpresa, uma vez que ninguém tinha sido informada da sua reabertura.

Moradores, que preferiram não se identificar, afirmam que o "elevador é só para os da ilha do 30", nome porque era conhecida a ilha que deu lugar ao Bairro da Lada, ou que o elevador foi construído "só para o Mário Soares subir e que nunca mais funcionou", numa alusão à inauguração do aparelho em 2001. A mesma moradora nem sequer acreditava que o elevador estava a funcionar. Acresce que o seu único acesso é feito através de um portão situado na rua que sobe até ao topo da encosta, que se encontra muitas vezes fechado pelos moradores da zona, por causa das seringas acumuladas no chão. Só que ontem o portão estava aberto. "Estava prometida uma passagem", diz, apontando para uma porta numa parede, que é visível por entre os lençóis que pendurou em varas na rua, mas que está fechada sobre o precipício. O elevador vai funcionar de segunda a sexta-feira das 9h às 20h30 e com a presença permanente de um funcionário.