Trabalhadores municipais denunciam faltas "absurdas"

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Câmara do Porto acusa os dirigentes autárquicos de estarem a marcar faltas injustificadas a funcionários que estavam ao serviço, fundamentadas em questões administrativas ou "vícios" do próprio sistema de gestão de assiduidade e pontualidade. Em comunicado, a CT ameaça recorrer aos "mecanismos legais disponíveis" para tentar ultrapassar a situação "absurda".

Ana Paula Soares, da CT, clarifica as críticas com um caso concreto. Um funcionário a quem serão retirados mais de 400 euros do salário, por ter dez faltas injustificadas, apesar de, diz, "os serviços saberem que ele estava a trabalhar nesses dias". A dirigente da CT explica que o sistema de controlo obriga os funcionários a introduzirem códigos de cada vez que se ausentam. Caso se esqueçam, por três vezes, de o fazer, têm uma falta injustificada.

Só que, garante, às vezes é o próprio sistema que não assume os códigos, apesar de os trabalhadores os introduzirem. "Já aconteceu comigo, meter o código e o sistema não assumir. Ou basta alguém meter o código errado, para ele não assumir. Temos reclamações atrás de reclamações. No caso dos contínuos, por exemplo, estamos a falar de dezenas de marcações por dia, porque com as novas normas, têm que introduzir um código de onde saem e outro no local onde estão a entrar", diz.

A CT garante já ter levantado por diversas vezes o problema junto da vereação, mas sem resultados.

O PÚBLICO tentou ouvir a Câmara do Porto sobre esta matéria, mas tal não foi possível.

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