Iaque

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Até que enfim que se honrou a deliciosa aguardente da Lourinhã. Foi na PÚBLICA de anteontem, numa bela reportagem de Luís Francisco, seguida por uma prova justa e informativa de Fernando Melo em que a aguardente velha da Lourinhã saiu-se melhor do que um bom Cognac e quase tão bem como um bom Armagnac. Graças à teimosia dos artistas que a fazem, a aguardente da Lourinhã é cada vez menos difícil de encontrar em Portugal. Agora querem promovê-la no estrangeiro. Para realçar que a Lourinhã, tal como Cognac e Armagnac, é uma região demarcada de aguardente, vão comercializá-la com o nome Lourinhac.

Ora bem. É verdade que, para os estrangeiros, a última vogal de Lourinhã, para mais com aquela boina do til, é difícil de pronunciar ou reter. Mas o nh de Lourinhac, não obstante o êxito internacional de José Mourinho, também não é pêra doce. Um inglês ou americano lê Lourinhac como le urine ac. É quase o mijo francês, iaque!

Não é nome para uma bebida saborosa. Também acho mal que o Lourinhac queira associar-se, através daquele nhac a Cognac e a Armagnac. É como se um espumante português quisesse chamar-se espumantagne.

Lorignac seria uma aldrabice, mas pelo menos seria consistente. Claro que não convenceria ninguém, a não ser a rapaziada de Cognac e Armagnac a processar-nos.

Lourinhac nem é português nem francês. Lourinhaque é horrível, mas pelo menos seria português.

Por favor, deixem ficar Lourinhã e deixem ser a aguardente a falar. Fala tão bem!

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