O dia em que os casados de Berlim ganharam aos solteiros de Lisboa

Foto
Matías Fernández ainda não é o motor que o Sporting procura Foto: Thomas Peter /Reuters

A equipa portuguesa ganhou hoje um inimigo e um amigo para toda a vida. Tão cedo o Heerenveen não perdoará à equipa agora orientada por Carlos Carvalhal o facto de não ter marcado um único golo em Berlim. De pouco valeu aos holandeses a goleada (5-0) frente ao Ventspils.

Já na capital alemã haverá sempre uma porta aberta para receber o Sporting, a equipa perfeita para elevar o moral do Hertha, último classificado da Bundesliga, uma vitória no campeonato alemão (na primeira jornada) e nenhuma vitória caseira na Liga Europa – até hoje.

O último golo de Gojko Kacar a valer três pontos acontecera no dia 8 de Agosto. Hoje, aos 70’, o sérvio esgueirou-se por entre uma série de jogadores sportinguistas e tocou de qualquer forma na bola, que rolou lentamente até ao fundo da baliza. Estava feito um dos resultados possíveis entre duas equipas que não mereciam vencer. Nenhuma delas – e apesar de o Hertha ter desperdiçado uma excelente oportunidade aos 69’: pé esquerdo de Ramos, pé esquerdo de Rui Patrício.

Carvalhal, que prometera “as melhores soluções possíveis”, assistiu ao jogo possível de uma equipa sem rei (Liedson, amarelado e desmotivado) nem roque. Tonel fez dupla com Carriço (Pedro Silva nas imediações), Izmailov e Vukcevic estiveram em campo 45 minutos cada um (Adrien e Pereirinha foram titulares), ficando Saleiro com a missão de patrulhar a solo a zona de acção do guarda-redes Drobny. Com o passar dos minutos, percebeu-se que o Sporting não ia fazer grande mossa e que o Hertha não parecia incomodar-se com a passividade da equipa visitante, que durante toda a primeira parte só pode lamentar a falta de pontaria de Izmailov aos 44’.

Aos 58’, já o Heerenveen, ambicioso, marcara duas vezes – e sonhava com o apuramento para a fase seguinte da competição. O problema é que em Berlim estavam as duas equipas que nesta fase revelam tantos sinais de comodismo (porque ambas estavam à partida qualificadas) como de instabilidade e de fraqueza.

Carlos Carvalhal até pode apontar o dedo ao árbitro auxiliar – assinalou mal um fora-de-jogo a Vukcevic, isolado por Pereirinha –, mas deve estar bem mais preocupado com o futuro da sua equipa, que no sábado viaja até à Figueira da Foz para defrontar a Naval 1.º de Maio, apenas a três pontos de distância.Ainda entrou Abel, ainda correu Miguel Veloso e Saleiro, o “scout” da formação, ainda fez mossa aos 87’ (o avançado trabalhou bem, mas o guarda-redes do Hertha colocou-se entre a bola e a baliza). Foi só mais um mau dia para o Sporting.

Notícia actualizada às 20h55
Sugerir correcção
Comentar