Portas desafia Sócrates a negociar antes de apresentar Orçamento

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Portas diz que vai continuar a questionar Governo sobre Rendimento Social de Inserção Vasco Neves

“O que é natural num primeiro-ministro que não tem maioria é que antes de o apresentar [o Orçamento de Estado] abra negociações com os partidos para ver quais são as suas propostas, qual é a margem de manobra e qual é o caminho que quer seguir”, desafiou Paulo Portas, no discurso no jantar de Natal do CDS-PP, domingo à noite em Lisboa.

“O que não fará sentido é que o primeiro-ministro não converse com ninguém antes, apresente o seu orçamento, que só corresponde às suas próprias ideias e depois diga que qualquer alteração é um crime de lesa-majestade. É de boa fé abrir negociações antes”, continuou o líder partidário.

Paulo Portas acusou ainda José Sócrates de ser “queixinhas”, por “passar a vida a queixar-se de tudo e de todos e não se pronunciar sobre o mérito concreto das propostas” dos outros partidos e, nomeadamente, do CDS-PP.

“Se ele, em vez de nos chamar nomes, discutisse connosco, dissesse porque é que não está de acordo ou nos dissesse `preciso de tempo para adaptar o Estado a esses novos procedimentos´, tinha uma atitude mais positiva”, defendeu.

“Agora queixar-se de tudo e de todos sem dizer porque é que não concorda com as medidas, isso não é aceitável”, criticou Paulo Portas.

No jantar, o líder do CDS-PP sublinhou que em 2010, o partido voltará a questionar o Governo sobre o Rendimento Social de Inserção (antigo Rendimento Mínimo Garantido), o futuro da Agricultura e o aumento das pensões de reforma mais baixas.