"Foi uma surpresa a confiança recebida pela ministra da Cultura no convite que entendeu fazer-me e que me lisonjeia e só hesitei por razões pessoais", referiu Maria João Seixas.

A nova directora da Cinemateca, que assumirá funções apenas em Janeiro, disse ainda que encarou o convite como um "grande estímulo e uma obrigação de merecimento" para com João Bénard da Costa.

E a nova directora explica porquê: "há cerca de dez anos, e a ministra da Cultura não sabia disto, o João Bénard da Costa tinha-me sondado no caso de querer deixar o seu legado, mas não chegou a concretizar-se".

Aceitou agora, dez anos depois também como "forma de o alegrar".

De acordo com o Ministério da Cultura, que anunciou na quarta-feira a nova direcção da Cinemateca, Maria João Seixas terá pela frente vários dossiers, nomeadamente a criação da Cinemateca do Porto, a dinamização da Cinemateca Júnior, em Lisboa, e "o reforço dos projectos de descentralização".

"A nova direcção deverá, ainda, impulsionar o processo relativo ao depósito e preservação de arquivos fílmicos da RTP" nos espaços do ANIM, referiu a tutela.

Maria João Seixas sucede a João Bénard da Costa, que faleceu em Maio passado, tendo sido substituído interinamente pelo sub-director Pedro Mexia, que se mantém no cargo.

Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, Maria João Seixas, de 64 anos, foi assessora para os assuntos culturais do antigo primeiro-ministro António Guterres.

Foi directora do Departamento de Produção de Filmes da Secretaria de Estado da Emigração (1078-1980), Directora do Departamento de Venda de Programas da RTC (1980-86) e Vice-Presidente do EFDO European Film Distribution Office (Programa MEDIA) (1989-97).

O seu lado mais visível passa pela televisão, onde apresentou vários programas na RTP. Colaborou também com a Antena 2.

No cinema foi co-argumentista de alguns filmes, em parceria com o realizador Fernando Lopes.