Alegações finais do processo “Noite Branca” adiadas para a próxima sexta-feira

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Bruno Pinto "Pidá" é um dos arguidos Fernando Veludo/Nfactos (arquivo)

O juiz do processo emitiu um despacho, ontem ao fim da tarde, adiando para as 14h00 de sexta-feira as alegações finais do julgamento inicialmente marcadas para hoje, referiu fonte do Tribunal de S. João Novo, no Porto.

Neste processo estão em julgamento nove arguidos, cinco dos quais (Bruno Pinto "Pidá", Mauro Santos, Fernando Martins "Beckam", Ângelo Ferreira "Tine" e Fábio Barbosa "Suca") terão tido implicação directa no homicídio do segurança de 33 anos e de origem cabo-verdiana.

Ilídio Correia foi abatido a tiro em Miragaia, na madrugada de 29 de Novembro de 2007, num dos casos com acusação deduzida pela equipa especial da procuradora Helena Fazenda, criada para investigar os crimes da noite do Porto naquele ano. O segurança foi a terceira vítima da vaga de homicídios de 2007 ligada à noite do Porto.

Durante as sessões de julgamento, várias testemunhas, incluindo os irmãos do segurança Ilídio Correia que terão assistido ao homicídio, afirmaram ter visto os arguidos Bruno "Pidá", Mauro Santos e Fernando "Beckam" no local onde terão sido disparadas quatro a cinco armas. As dúvidas persistem, porém, sobre quem terá dado o tiro fatal que vitimou o segurança Ilídio Correia na Rua de Miragaia, junto à Alfândega do Porto, naquela madrugada.

Após o reconhecimento do local do crime, feito pelo tribunal e advogados ao final da tarde de 5 de Novembro, a mandatária da família da vítima considerou que ficaram dissipadas quaisquer dúvidas quanto aos autores dos múltiplos disparos.

Na origem deste homicídio terão estado alguns desentendimentos entre os irmãos Correia (associados ao grupo de seguranças de Miragaia) e os seguranças da Ribeira, liderados por Bruno "Pidá". Os conflitos terão começado à porta da discoteca La Movida, no Porto, seguindo-se trocas de tiros na Praça da Ribeira e no Túnel da Ribeira.

Após as alegações finais, será marcada a data para a leitura do acórdão, que não poderá exceder os 30 dias após o término da produção de prova. A última sessão do julgamento foi a 20 de Novembro, data em que Bruno "Pidá" quebrou o silêncio, afirmando: "Não cometi nenhum crime, não matei ninguém e não sou nenhum criminoso."