Questão de pormenor: um afinar de agulhas que, mantendo a corrosão sónica e o lo-fi como ética de combate, nos acolhe como parceiros "conspirativos". Dizem eles, preciosismo técnico disparado com ironia, que, neste disco, o som foi melhorado em 25 por cento. Digamos então, sem ironia, que é o suficiente. Nos Times New Viking, as tentações pop dos Guided By Voices são aplicadas a hinos de desencanto ("No time, no hope"), as lições do kraut-rock são estilhaçadas em feedback ("Little world"), os Sonic Youth tornam-se ícones de romantismo feroz e flashes de luz branca ganham os tons garridos de uma utopia de 1960 que se sabe inatingível – mas dançamos, apesar de tudo, e "Move to California", canção maior, é, por dois minutos e quarenta e dois segundos, tudo o que precisamos de ouvir este ano. Em "Born Again Revisited", os Times New Viking, banda marginal, são um ruído subterrâneo a assomar à superfície. Eram uma das bandas mais interessantes da vaga rock’n’roll lo-fi que vimos surgir no último par de anos. Agora são importantes. Definitivamente.
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