Multinacionais de calçado continuam a fugir do país

Saída tem deixado no desemprego milhares de trabalhadores

As grandes multinacionais estrangeiras do calçado chegaram a Portugal na década de 1980 e começaram a sair 20 anos depois, a partir de 2000. Vieram atraídas pela mão-de-obra barata e a maioria delas sai na perseguição desse mesmo factor de produção noutras paragens, como a Ásia e alguns países da Europa de Leste. Relembremos apenas alguns casos:

ClarksA multinacional inglesa continua a ser o caso mais emblemático de abandono do país. Começou por encerrar a fábrica de Arouca (368 trabalhadores), a que se seguiu a de Castelo de Paiva (600 trabalhadores), onde era o maior empregador. Em 2004, a líder mundial na produção de calçado encerrou a última fábrica que tinha em território nacional, a Elefanten (321 trabalhadores), em Vila Nova de Gaia.

Ecco'LetJá praticamente saiu de Portugal, com o encerramento da produção de calçado. Em terras lusas a multinacional dinamarquesa apenas mantém um centro de investigação e desenvolvimento, com 120 trabalhadores. Esta multinacional, que chegou em 1984 a Santa Maria da Feira, chegou a empregar mais de 1300 trabalhadores.

GaborDe origem alemã, a Gabor encerrou em 2004 a fábrica da Trofa (200 trabalhadores). A unidade de Barcelos, onde emprega cerca de 900 trabalhadores, continua em laboração.

Ara ShoesEstá em Portugal desde 1987 e é responsável por 600 trabalhadores, repartidos pelas fábricas de Seia e Vila Nova de Gaia. A empresa tem vindo a reduzir o número de trabalhadore (já chegaram a ser 1800), tendo anunciado este ano o despedimento de 30 trabalhadores na unidade de Seia, onde é o maior empregador.
Há também fábricas portuguesas que não conseguiram resistir.

BelezaA fábrica de calçado de senhora M. Da Costa e Silva, responsável pela marca Beleza, encerrou em Junho do corrente ano, deixando sem trabalho 190 pessoas. A empresa de Oliveira de Azeméis, com várias décadas de actividade e exportações para vários países, entrou em processo de insolvência.

ArautoA fabricante da marca RAP encerrou em Abril de 2009 a unidade de Ovar, colocando no desempregos 150 trabalhadores. A empresa, que também tem instalações em S. João da Madeira, alegou falta de encomendas para encerrar a unidade de Ovar. R.S.

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