Inovação Volvo

Cinto de segurança de três pontos comemora 50 anos
O mundo do cinto de segurança como hoje o conhecemos, nasceu há 50 anos e já salvou mais de um milhão de vidas, como conta Marta Peixoto

A 13 de Agosto de 1959 surgiu o primeiro automóvel equipado com o cinto de segurança de três pontos criado pelo engenheiro sueco da Volvo, Nils Bohlin. Considerada uma das oito invenções mais importantes do século, segundo o Departamento de Patentes da Alemanha, o invento recebeu a patente a 10 de Junho de 1962 mas, dada a sua importância, a Volvo concedeu o seu uso às outras companhias a custo zero.
Foi no início dos anos 1930 que médicos americanos alertaram para a necessidade de desenvolver os dispositivos de segurança existentes até à data. De acordo com os casos que assistiam nos hospitais, os cintos de dois pontos eram insuficientes para minimizar os danos sofridos pelos humanos numa colisão a altas velocidades. Com a fixação em dois pontos a nível da cintura, estes cintos não prendiam o tronco dos ocupantes que, em caso de embate, ficavam seguros ao banco, mas eram projectados violentamente em direcção ao volante.
Nils Bohlin, anterior projectista de sistemas de ejecção de pilotos para a indústria aeronáutica, foi contratado pela Volvo, em 1958, para o cargo de primeiro engenheiro de segurança desta empresa automobilística que, historicamente, sempre se preocupou com a segurança. Um ano depois, o primeiro Volvo equipado com cinto de segurança de três pontos, o PV544, é entregue na cidade sueca de Kristianstad.
No mercado nórdico, os modelos da Volvo, PV544 e Amazon (carrinha), foram os primeiros a serem equipados com o invento de segurança. Porém, e apesar de ter sido um marco de valor incalculável, foram precisos alguns anos para que a indústria automóvel mundial se convencesse que o novo cinto de segurança era um elemento salvador de vidas.
Em 1967, numa conferência sobre segurança no tráfego automóvel, a Volvo apresentou o relatório "28.000 Accident Report", um compêndio que reuniu os dados de tráfego na Suécia ao longo de um ano. Este relatório viria a alterar o curso da história automobilística. Os resultados provaram a eficiência do cinto de segurança de três pontos na salvação de vidas na estrada, assim como na redução em cerca de 50 por cento dos ferimentos graves resultantes das colisões.
Hoje em dia, o cinto de segurança de três pontos é um equipamento incluído na produção de todos os veículos do mundo. Em cooperação com outros elementos de segurança de um automóvel, estima-se que mais de um milhão de pessoas deva a sua vida ao uso do mesmo. Estudos comprovam que, se este dispositivo de segurança fosse usado por todos os condutores na Europa, mais de 7000 pessoas por ano evitariam a morte nas estradas. Sendo que a não utilização do cinto de segurança é a terceira causa de morte em acidentes rodoviários e a coima respectiva é de 120 euros, mais valia que a percentagem de condutores que não recorrem ao uso da invenção de Nils Bohlin, o fizessem.  

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