Almoço

É o possível regresso contemporâneoda comédia italiana clássica, com umponto de partida irresistível: noferiado do 15 de Agosto, paracompensar a renda que não paga,um romano que vive sozinho com amãe idosa e não trabalha para tomarconta dela aceita ficar por dois diascom a mãe do senhorio. Só que amãe do senhorio traz a irmã eentretanto o médico da família, queestá de banco, pede o favor detambém deixar lá a mãe, e derepente Gianni vê-se a braços comquatro velhotas, as suas birras,comprimidos, doenças e insónias."Almoço de 15 de Agosto" tem umolhar curioso, misto de truculênciamediterrânica e de um certodesencanto moderno, câmaraobservacional que agarra instantesfugazes, sorriso no lábio mais quegargalhada solta. É, além do mais,um filme que tem absolutaconsciência dos seus limites - nãoestica a premissa para lá do que elapode dar nem inventa só para enchertempo de duração. Mas, ainda assim,fica a sensação de que Gianni diGregorio não se decide nunca sequer fazer uma comédia truculentaou um retrato doce-amargo, e nessaindecisão "Almoço de 15 de Agosto"contenta-se em ser uma piada bemsacada sem ambições, queda-senuma modéstia amável.

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