"Queremos fazer de D. João I o quarteirão residencial da Baixa do Porto do século XXI"

Porto Vivo assinou contrato de reabilitação urbana com dois fundos de investimento imobiliário do Millennium BCP. Obras não arrancam antes do próximo Verão

a Desde sexta-feira que a responsabilidade pela reabilitação urbana dos 18 edifícios que constituem o quarteirão de D. João I, no Porto, está a cargo dos dois fundos imobiliários do Millennium BCP - IMO Promoção e AF Portfólio Imobiliário. A Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) assinou o contrato de reabilitação urbana com aquelas entidades, na sexta, e a expectativa é de transformar aquele quarteirão numa zona privilegiada de habitação.Francisco Rocha Antunes, da John Neild & Associados, responsável pela gestão do processo de promoção imobiliária do local, tem grandes planos. "Queremos fazer de D. João I o quarteirão residencial da Baixa do século XXI", disse ao PÚBLICO. Para o promotor imobiliário, este é "um magnífico quarteirão para se morar no centro do Porto", pelo que a aposta na intervenção, conforme determina o documento estratégico definido pela SRU, faz todo o sentido.
Situado entre as ruas de Sá da Bandeira, Formosa, Bonjardim e Praça de D. João I, o quarteirão tem vastas áreas desocupadas e apenas sete parcelas que não pertencem aos dois fundos imobiliários do Millennium BCP. O miolo é suficientemente grande para albergar um parque de estacionamento (que deverá ser subterrâneo e ter três pisos), além de uma praça para uso público. Quanto aos edifícios, vários serão demolidos - como o prédio que já albergou o Banco do Brasil -, enquanto outros vão ser recuperados. Rocha Antunes garante que os prédios que desaparecerem não serão substituídos por construções desproporcionadas. "Vamos fazer edifícios com dimensões semelhantes aos que existem na Baixa".
Durante dois meses, os novos responsáveis por reabilitar o quarteirão de D. João I vão "acertar com os restantes proprietários um programa conjunto". Depois desta fase, e de estarem formalizadas toda as parcerias e acordos necessários, será altura de elaborar o projecto que terá que ser aprovado por várias entidades externas à própria SRU, como o Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico). Tudo contabilizado, Francisco Rocha Antunes adianta que não deverão ser visíveis quaisquer obras no terreno antes do Verão do próximo ano. Mas a expectativa é de que "as obras possam arrancar nessa altura", diz.
O promotor garante não estar à espera de engulhos na relação com os restantes proprietários: "A maior parte mostrou-se interessada em colaborar connosco".
A habitação vai ser mesmo a aposta forte do quarteirão de D. João I, mas isso não significa a inexistência de outras valências. Alguns dos edifícios vão oferecer pisos destinados ao comércio e serviços - estes últimos, preferencialmente, situados nos prédios da Rua do Bonjardim. A intervenção prevê ainda o alargamento da Travessa do Bonjardim - permitido pela demolição de dois edifícios -, enquanto a praça pública no miolo do quarteirão possibilita a ligação da Rua de Sá da Bandeira à do Bonjardim.

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