Cerca de 100 pessoas manifestam-se contra demolição de estação na Moita

Foto
A estação de Alhos Vedros foi um local de partida e chegada de muitas gerações, desde 1861 Reuters

Cerca de uma centena de pessoas manifestou-se ao início da madrugada contra a demolição da estação ferroviária de Alhos Vedros, na Moita, prevista pela REFER devido às obras de remodelação e electrificação da linha do Alentejo. Depois de um plenário que decorreu ao início da noite, a população deslocou-se para a estação, mostrando simbolicamente a sua indignação.

"A ideia surgiu de forma espontânea para manifestar a indignação da população face ao anúncio da REFER em demolir a estação de Alhos Vedros. A estação faz parte do património histórico e cultural da vila, da nossa memória colectiva", disse Joaquim Raminhos, do Movimento de Cidadãos em Defesa e Preservação da Estação de Alhos Vedros. O recém-criado movimento já recolheu cerca de 600 assinaturas que foram enviadas às entidades competentes.

Segundo Joaquim Raminhos, é possível compatibilizar a modernização da linha ferroviária com a manutenção da estação. "Exigimos uma conjugação de esforços para que todas as entidades reequacionem este projecto de modernização da linha, que nós não estamos contra. Apenas queremos conjugá-lo com a preservação da parte histórica", frisou.

A REFER e a Câmara da Moita foram convidadas a marcar presença na reunião que decorreu em Alhos Vedros, mas não compareceram. "Lamentamos a ausência da Câmara da Moita no plenário, o que achamos estranho e lamentável. A Câmara tem que assumir as suas responsabilidades, pois afirmou que estava contra a demolição e por isso tem que continuar a fazer pressão para se respeitar a população de Alhos Vedros", defendeu o mesmo responsável.

O movimento entende que possibilidade defendida pela REFER de construir a estação noutro local não é solução, pois "o que está em causa é o simbolismo”: a estação “foi um local de partida e chegada de muitas gerações a Alhos Vedros, desde 1861", explicou Joaquim Raminhos.

Fernanda Gaspar, presidente da Junta de Freguesia de Alhos Vedros, mostrou-se indignada por não ter sido informada em tempo útil da decisão da REFER em demolir a estação e defendeu a sua manutenção. "A modernização é necessária, mas não é impeditiva de se manter a história. A própria REFER deve preservar a sua história", disse a presidente.

O Movimento de Cidadãos em Defesa e Preservação da Estação de Alhos Vedros e a Junta de Freguesia prometem continuar a luta em defesa da estação ferroviária e já marcaram um novo encontro para as 22h30 de hoje. "O movimento vai até onde for possível. Estaremos cá outra vez, com o dobro das pessoas", disse Joaquim Raminhos

Sugerir correcção
Comentar