Empresa que "colou" a Carochinha às panelas de pressão "cozinha" contra-ataque

Uma empresa, várias distinções

Sil de Silva e Ampos de Campos. Os apelidos dos dois sócios fundadores fundiram-se para baptizar a Silampos em 1951. Em 1978, tornou-se em sociedade familiar e em 2001 fica com o nome Silampos - Sociedade Industrial de Louça Metálica SA, passando a ser gerida totalmente pela família Campos. Há cerca de sete anos, adquiriu duas empresas inglesas, ficando assim com a propriedade das marcas britânicas Stellar, Judge, Hormood e Kaufmann. Em 1993, recebe o Prémio de Design e o selo de design para os modelos Domus e Domus 90, atribuídos pelo Centro Português de Design. De 1993 a 1996, foi considerada PME Prestige pelo Ministério da Economia. Entre 1998 e 2000, subiu mais um degrau e recebeu o "diploma" de PME Excelência. a Década de 60 do século passado. As primeiras panelas de pressão portuguesas saíam da fábrica Silampos, instalada em Oliveira da Azeméis. Há algum tempo que os responsáveis pela empresa, fundada em 1951, namoravam a ideia de conquistar o mercado nacional e internacional com um produto inovador. Foi o que aconteceu. A publicidade na televisão ainda era a preto e branco e a estratégia foi acertada. A Carochinha e o João Ratão deram vida ao anúncio com um jingle que não saía do ouvido, pela voz do actor António Capelo. Aníbal Campos, presidente do conselho de administração da Silampos e filho de um dos fundadores da empresa, tem a música bem presente e arrisca a afirmar que esse "foi o primeiro anúncio de banda desenhada" feito em território nacional. A empresa entrava na ribalta do mapa económico. As personagens da história infantil ganharam tal notoriedade que colaram-se ao logótipo da empresa, acompanhando as panelas de pressão. A Dinamarca, o primeiro país para onde a firma decidiu exportar a menina dos seus olhos, não gostou. "Perguntaram-nos se as panelas eram para cozinhar ratos", lembra o responsável - que trabalha na Silampos há praticamente três décadas. A observação do país nórdico era desconcertante e os dinamarqueses não estavam a brincar. João Ratão e a Carochinha tiveram de sair de cena e o desenho da marca mudou completamente.
Final da mesma década de 60. A Silampos especializava-se em louça de aço inoxidável. É, neste momento, a principal empresa portuguesa do sector de louça metálica para uso doméstico. "Nos anos 70, a Silampos deu um grande salto". Acompanhar as exigências do mercado foi sempre a prioridade . "Fomos das primeiras empresas a ter um gabinete de desenho próprio, desde os anos 80".
Os conjuntos de louça metálica continuam a ser absorvidos sobretudo pelo mercado nacional, entre 35 a 40 por cento dos produtos são escoados em lojas fora do país. A marca Silampos é vendida um pouco por todo o Mundo. Inglaterra, Espanha e Rússia são os principais clientes. Os países de Leste estão na lista dos mercados emergentes. "Para o Brasil e América do Sul, as taxas de importação são muito elevadas", repara.
Aníbal Campos revela que a empresa prepara uma nova estratégia para contrariar circunstâncias que conduzem a uma quebra na facturação anual. "Nos últimos anos, temos perdido uma quota de mercado significativa, mas há novidades na manga, não só em termos de design, como também em funcionalidade", afirma. E acrescenta: "Estamos a preparar o contra-ataque". E esse contra-ataque poderá mesmo incluir o ressuscitar das personagens da história da Carochinha. O responsável não entra em pormenores, mas nem tudo joga a favor da firma de Oliveira de Azeméis. "O preço da matéria-prima triplicou e perdeu-se mercado".
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