Ricardo Fernandes e Clayton trocam de casa

As SAD do Sporting e do FC Porto concluíram ontem o "entendimento para a troca dos direitos desportivos" de Ricardo Fernandes (25 anos) por Clayton (27 anos), faltando agora "ultimar os pormenores dos novos contratos".

Os dois clubes há muito que tinham um princípio de acordo, que vinha sendo prejudicado pela renitência de Clayton em aceitar reduzir o seu ordenado, conforme era vontade dos "leões".

Depois de várias reuniões na Torre das Antas, o brasileiro terá acabado por concordar, devendo nos próximos dias apresentar-se às ordens de Fernando Santos. Ricardo Fernandes também deverá, assim, estar presente amanhã no primeiro dia de trabalho do FC Porto (a apresentação oficial está apenas agendada para o próximo dia 27), seguindo com a restante comitiva no mesmo dia para o estágio na Alemanha.

Apesar de ser uma troca a "custo zero", a operação tem a vantagem de permitir tanto ao FC Porto como ao Sporting contabilizarem nas suas contas o valor dos passes dos novos reforços, um facto com relevância contabilística em dois clubes em situações económicas complicadas (os respectivos passes terão sido avaliados entre sete e oito milhões de euros).

Para além disso, a troca parece colmatar também lacunas desportivas em ambos os plantéis. Os dois clubes repetem assim a troca verificada em 1998/99, quando Rui Jorge e Bino se mudaram para Alvalade e Peixe e Costinha para as Antas. O FC Porto, aliás, tinha recentemente efectuado um negócio idêntico, quando trocou Ricardo Silva por Bosingwa com o Boavista.

No FC Porto, a contratação de Ricardo Fernandes representa o quinto reforço que o clube campeão nacional coloca à disposição de José Mourinho. Sem contar com o regresso do ponta-de-lança Hugo Almeida, que esteve cedido à União de Leiria, vão apresentar-se amanhã McCarthy, Bosingwa, Pedro Mendes e Serginho, para além de Ricardo Fernandes. Descontando as trocas, o custo do conjunto de reforços ultrapassou em pouco os cinco milhões de euros.

Pelo sul-africano, que irá assinar um contrato de quatro anos, os portistas irão pagar 3,3 milhões de euros, ficando o Celta de Vigo com direito a 20 por cento da mais-valia de uma futura venda - ou seja, será sempre descontado o dinheiro investido pelo FC Porto. Recorde-se que o Boavista garantiu também 30 por cento de uma eventual mais-valia futura de Bosingwa (quatro anos de contrato, mais um de opção), isto para além do valor do passe de Ricardo Silva, tendo o FC Porto ainda perdoado ao clube do Bessa 250 mil euros relativos à libertação definitiva de Ricardo Sousa.

Pedro Mendes, que terá um contrato de cinco épocas, custou 500 mil euros, mais o empréstimo de três jogadores. O brasileiro Serginho (ex-Paços de Ferreira) vai assinar por três anos, não sendo conhecido o seu preço. Mas o Boavista tinha pago, há dois anos, 184 mil contos (cerca de 920 mil euros) por 80 por cento do seu passe, que terá sido comprado por um pouco menos pelo empresário António Araújo. Repetindo a política do ano passado, todos os reforços portistas alinhavam no campeonato português, com excepção de McCarthy.

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