Jogar videojogos nos Jogos Olímpicos? O sr. World of Warcraft diz que sim

Rapidez de raciocínio e em tomar decisões justificam encarar actividade como um desporto, defende Rob Pardo.

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Ina Fassbender/Reuters

Jogar videojogos de forma competitiva devia ser considerado um desporto e entrar nos Jogos Olímpicos. Quem o defende é Rob Pardo, criador do jogo World of Warcraft, para quem a palavra “desporto” passou há muito a ter uma definição mais ampla.

"Os videojogos estão bem posicionados para serem um desporto com espectador", disse Pardo numa entrevista ao programa Afternoon Edition da BBC.

Pardo, que esteve ainda envolvido na criação de Starcraft: Brood War, considerado por muitos como o jogo que colocou a expressão e-sports no dicionário dos jogadores de videojogos, apresenta o que diz ser um “argumento muito bom” para os e-sports estarem nos Jogos Olímpicos.

"Penso que a maneira como olhamos para os e-sports é como um conjunto de habilidades muito competitivas e depois olhamos para estes jogadores profissionais e os seus reflexos são muito rápidos e têm que tomar decisões muito rápidas”, defende à BBC. “Quando analisamos as acções que fazem por minuto, ultrapassam claramente as 300”, reforça.

Rob Pardo insiste que tudo depende da forma como se define o que é um desporto. E encarar o jogar videojogos como tal, em contraponto com as pessoas que seguem jogos mais físicos, torna a situação um pouco difícil de ultrapassar. "Se queremos definir desporto como algo que tem muito esforço físico, então é difícil argumentar que os jogos de vídeo devem ser um desporto, mas, ao mesmo tempo, quando olho para as coisas que já estão nas Olimpíadas, começo a questionar a definição."

O criador de World of Warcraft admite que esta é uma batalha que pode levar algum tempo a ser vencida mas adianta alguns passos que podem levar à vitória, como por exemplo tornar os videojogos mais apelativos e fazê-los chegar a mais pessoas. “Podemos fazer o que quisermos com os gráficos [dos jogos], podemos torna-los verdadeiramente excitantes e competitivos.”

A BBC recorda que recentemente, uma final de e-sports para profissionais reuniu num estádio em Seul, na Coreia do Sul, 40 mil pessoas, além de milhares de outras que assistiram às provas online.

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