Sentença de megaprocesso de escravidão foi adiada

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As vítimas eram sobretudo recrutadas para a agricultura José Maria Ferreira

A leitura da sentença do megaprocesso em que mais de 50 pessoas são acusadas do crime de escravidão foi adiada desta segunda-feira para 5 de Setembro. Segundo fonte do Tribunal de São João Novo, no Porto, o adiamento deve-se a sobreposição de leituras de sentenças.

O megaprocesso, histórico pela sua dimensão, tem mais de 30 mil páginas e nele o Ministério Público acusa 53 pessoas do crime de escravidão – foram julgados 48 arguidos no processo principal, mas um dos processos seria separado, com quatro arguidos julgados e um por notificar, pois encontra-se em parte incerta. Sessenta e cinco testemunhas foram ouvidas, a maioria vítimas e familiares, disse fonte do tribunal.

O julgamento começou em Setembro do ano passado. O inquérito é de há dez anos, 2004, os factos são anteriores. Segundo a acusação, os arguidos angariavam pessoas para trabalhar na agricultura em Espanha, escolhiam pessoas fragilizadas, obrigavam-nos a trabalhar sem lhes pagar e em alguns casos extorquiam ainda dinheiro. Houve casos em que o cativeiro durou anos. Três dos arguidos deste megaprocesso são ainda acusados noutro processo de escravizar durante 20 anos um casal da zona de Foz Côa, Manuel e Fátima Résio – contamos a sua história na revista 2 deste domingo.  

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