Na Clara de Resende, Porto, a adesão foi de 90% mas os exames fizeram-se quase todos

Alunos terminaram prova e revelam como correu.

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Na Clara de Resende esta manhã fernando veludo/nfactos

Às portas da Escola Secundária Clara de Resende, no Porto, Eduardo Lopes era um dos vários alunos que seguravam o exame de Português na mão. “Correu bem. Não esperava que saísse Fernando Pessoa, mas acho que dá para tirar acima de 12”, prognosticou ao PÚBLICO este estudante de 17 anos.

À hora a que o exame terminou, vários dos professores grevistas continuavam concentrados à porta do estabelecimento de ensino. “Acho que têm muitas razões para protestar”, comentava Eduardo Lopes, garantindo que a sua solidariedade com o protesto nada teve que ver com o facto de ter podido fazer o exame. “Estava preparado para tudo. Estudei, sabendo que poderia ter que o adiar.”

Como ele, vários estudantes aproveitaram, aliás, a presença dos professores nos portões da escola para desfazer algumas dúvidas sobre as respostas dadas no exame. Apesar de, num universo de 135 professores, apenas 16 terem recusado a adesão à greve, os exames fizeram-se com normalidade, à excepção do de Português Língua Não Materna.

“A adesão à greve, que foi superior a 90%, não se repercutiu na realização dos exames, mas fiquei contente pelos alunos e pelo facto de, nesta escola, não ter havido desigualdades entre os alunos”, minimizou Maria João Sarmento, professora de Francês.

Ao lado desta professora, o estudante Diogo Melo, 18 anos e pré-candidato ao curso de Economia da Universidade do Porto, confessou que sentiu um nervosismo acrescido devido à indefinição em torno da realização ou não do exame. “Apesar disso, correu bem. E acho que os professores fizeram bem. A culpa é do Governo não dos professores”, vaticinou.

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