Hospital de S. João fez mais consultas e cirurgias com menos dinheiro

Dados do primeiro semestre de 2014 mostram também uma redução dos tempos de espera.

Foto
Médico trabalhava no Hospital de São João, no Porto Paulo Ricca

O Centro Hospitalar de São João anunciou ter realizado mais consultas e cirurgias no primeiro semestre de 2014 do que no período homólogo de 2013, tendo ainda diminuído as médias de tempo de espera e custos operacionais.

Segundo os dados sobre o desempenho assistencial e de produção no primeiro semestre divulgados nesta quarta-feira, as primeiras consultas externas naquele centro hospitalar "aumentaram 10%, e fixaram-se em 97.379" e as consultas externas totais aumentaram 5,1%.

No mesmo período foram realizadas 22.815 cirurgias, o que representa "um aumento de 4,8%", das quais 11.600 foram convencionais e 11.215 em ambulatório, representando este último número um aumento de 7,2% face a período homólogo. "A produção cirúrgica é uma questão bastante importante e temos insistido bastante junto dos nossos cirurgiões, e de todos os profissionais que fazem os serviços cirúrgicos, no sentido de rentabilização dos tempos de bloco e da possibilidade de fazer mais cirurgias de ambulatório", assinalou a directora clínica Margarida Tavares.

Também nos primeiros seis meses do ano, a média do tempo de espera para cirurgia passou de 75 dias para 71 dias e a média do tempo de espera para consulta passou de 84 para 75 dias. Em termos económicos e financeiros, "os custos operacionais baixaram" e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortização) foi superior ao período homólogo, cifrando-se em Junho, em 3.378.722 de euros positivos.

Quanto aos custos operacionais, estes ficaram em cerca de 160 milhões de euros, reduzindo-se em 0,7% em relação ao período homólogo de 2013, significando uma redução nominal de cerca de 1,2 milhões de euros. Dados do hospital indicam ainda que o prazo médio de pagamento a fornecedores externos fixou-se em 112 dias, representando uma redução de 44% face aos 200 dias do período homólogo de 2013, e de 27% face aos 154 dias verificados em Dezembro de 2013. No final de Junho, a dívida a fornecedores externos era de 41 milhões de euros, reduzindo 49,5% face aos 81,2 milhões registados em Junho de 2013.

Para a directora clínica, estes resultados reflectem "um caminho que tem sido trilhado com as melhorias em termos de informação, de monitorização, de controlo da produção e do próprio controlo pelas chefias intermédias" e ainda "o empenho e a motivação que os profissionais continuam a ter". Margarida Tavares explicou que foram implementados no Centro Hospitalar "processos que conduziram ao aumento da produtividade e eficiência", sendo por isso possível "manter esse caminho de melhoria e de aumento da produção".

Perante as "dificuldades" e "apesar da crise", a responsável garantiu que os profissionais daquela unidade têm "tentado evitar de todas as maneiras, que se entre num caminho de regressão e de desmotivação". Para o segundo semestre, a directora clínica acredita que será possível "manter esta rota e indicadores desta ordem" pelo que os atuais resultados "serão extrapoláveis ao final do ano" de 2014.

Os dados surgem pouco mais de um mês depois de 66 chefias do hospital terem apresentado a sua demissão justificada com os problemas de funcionamento do hospital, o que levou o ministro da Saúde a convocar uma reunião de urgência com o conselho de administração da unidade. Do encontro saiu o compromisso de dar mais autonomia de gestão ao Hospital de S. João, nomeadamente para a contratação de recursos humanos e para a realização de alguns investimentos.

 

Sugerir correcção
Comentar