Criminalidade baixou em 2012, menos dez mil crimes reportados às polícias

Relatório Anual de Segurança Interna revela decréscimo de 2,3% nos crimes face ao ano anterior.

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Foi nos distritos do litoral que a criminalidade mais baixou em 2012 Enric Vives-Rubio

A criminalidade geral baixou 2,3% em 2012 face ao ano anterior, o que equivale a menos 9461 participações feitas às polícias.

Foi o quarto melhor ano em termos de participações nos números da criminalidade, indica o Relatório Anual de Segurança Interna relativo a 2012, divulgado nesta segunda-feira pelo Governo - a apresentação foi feita pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Antero Luís.

Um decréscimo significativo registou-se ao nível da criminalidade mais grave e violenta, que baixou 7,8% no último ano face a 2011, tendo sido o segundo melhor ano da última década em termos do número de participações, com Lisboa a destacar-se com menos 12,5% de crimes violentos. Apesar disso, em 2012 contabilizaram-se mais 32 homicídios do que no ano anterior, num total de 149. Destes, 37 foram homicídios conjugais, tendo os crimes de violência doméstica registado um decréscimo de 10% em todo o território nacional.

A Guarda destaca-se neste tipo de criminalidade violenta, mas pela negativa. Este distrito registou um aumento de 43,8% na criminalidade mais grave e violenta. Castelo Branco e Leiria registam também aumentos neste tipo de criminalidade, com subidas de 32,4% e 18,2%, respectivamente.

Os crimes contra as pessoas desceram 5% (menos 4.519) e contra o património 4,4% (menos 10.025). Já os crimes rodoviários subiram 3,2%, com a condução sob o efeito de álcool a registar mais 9% de episódios face a 2011.

Também os crimes contra o Estado aumentaram, com uma subida de 7,3% (mais 459 do que em 2011), bem como os crimes contra a vida em sociedade, que registaram um aumento de 13,5% (o que equivale a mais 6.291 crimes). 

Este relatório discrimina, pela primeira vez, os furtos de metais não preciosos numa categoria única. Foram registadas 15.171 participações deste tipo de criminalidade, valor que não pode ser comparado com anos anteriores por estar, até 2011, englobado na categoria "outros furtos".

Os crimes por fogo posto registaram uma subida de 46,6% face a 2011, com mais 2.697 participações registadas. Este valor reflecte a subida da área ardida em Portugal - mais 59%, o que equivale a um total de 105.016 hectares.

Foi nos distritos do litoral que a criminalidade mais baixou em 2012, em particular em Lisboa, com menos 3,9% de participações (num total de 101.844), no Porto, com menos 2%, e Setúbal, onde a criminalidade baixou 1,3%. Os distritos onde este valor mais caiu foram Viana do Castelo, com menos 8,3%, Braga, com uma descida de 6,7%, e Leiria (menos 4,8% de crimes participados face a 2011).

Ao invés, os distritos de Évora e Beja foram os que mais viram aumentar as taxas de criminalidade no último ano, com subidas de 6,4% e 10,1%, respectivamente. O interior, no geral, foi onde a criminalidade mais grave e violenta mais aumentou, muito pela "facilidade de mobilidade e de deslocação" que não se registava em anos anteriores. O facto de haver um maior número de "pessoas mais frágeis", como idosos isolados, também pode ter contribuído para este aumento, revelou Antero Luís.

A melhor forma de prevenir este aumento, diz Antero Luís, é com programas de prevenção. "É impensável ter uma esquadra da GNR em cada aldeia", acrescenta.

O número de reclusos nas prisões registou um aumento de 7,4%, o que equivale a um total de 13.614 pessoas presas. Tendo em conta que a criminalidade geral desceu e o número de reclusos aumentou, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Antero Luís, considera que as forças de segurança estão a trabalhar com "maior eficácia na descoberta de crimes".

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