Associação Académica do Minho cancela Enterro da Gata em homenagem aos colegas mortos

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Gonçalo Delgado/NFactos

As festas do Enterro da Gata, que deviam assinalar o final de mais um ano lectivo na Universidade do Minho, dentro de duas semanas, não vão realizar-se este ano. A decisão da Associação Académica foi tomada como forma de homenagem aos três colegas mortos dois dias antes pela queda de um muro nas imediações do campus de Braga.

O cartaz do Enterro da Gata, o equivalente minhoto à Queima das Fitas, tinha sido apresentado horas antes do acidente que vitimou três estudantes de Engenharia Informática. As festividades deviam ter início no dia 9 de Maio, prolongando-se até ao dia 17, tendo como epicentro o estádio municipal de Braga. A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) decidiu manter apenas as cerimónias mais formais como a imposição de insígnias e a benção dos finalistas, marcada para o dia 10, cancelando todas as outras realizações como concertos e o tradicional cortejo.

“Não estão reunidas as condições para que este ano se realizem as Monumentais Festas do Enterro da Gata”, entende a direcção da AAUM, presidida por Carlos Videira, lembrando a gravidade da situação e o sofrimento de familiares e amigos. A instituição apela ainda a que este seja um momento de reflexão e de respeito pela dor e sofrimento dos envolvidos.

O acidente de quarta-feira “deixou toda a comunidade académica de luto e em choque”, sublinha ainda o comunicado, lembrando que “a brutalidade do acidente e as suas consequências marcaram profundamente a academia minhota que ainda procura encontrar a melhor forma de reagir e ultrapassar este sofrimento”.

Durante o dia de quinta-feira, vários alunos e o provedor do Estudante da Universidade do Minho disseram publicamente entender que não estavam reunidas as condições para a realização da Semana Académica. A AAUM recusou tomar uma decisão no dia seguinte ao acidente, tendo sempre sublinhado que todas as hipóteses estavam em aberto, mas anunciou agora a sua decisão definitiva.

Em Maio do ano passado, no primeiro dia da Queima das Fitas do Porto, o estudante Marlon Correia, 24 anos, morreu baleado numa tentativa de assalto ao recinto dos concertos, junto ao Parque da Cidade. Vários estudantes das instituições de ensino superior da cidade pediram então que as festividades académicas fossem canceladas, mas a Federação Académica do Porto decidiu manter o calendário previsto, garantindo então que estavam reunidas as condições de segurança dos participantes com um reforço do policiamento da PSP.

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