Quando 4 é igual a 36

“Créditos” há muitos, mas alguns valem mais do que outros. E não é só nos bancos, na educação também. Miguel Relvas e outros ex-alunos da Universidade Lusófona sabem disso e nesta semana voltaram a ser notícia.

“O Ministério da Educação e da Ciência deu instruções à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias para ‘declarar, em 152 processos, a nulidade dos actos’ de atribuição de créditos/equivalências a alunos que frequentaram a instituição desde 2006. E para proceder à ‘cassação de diplomas e certificados’. Um dos processos em causa é o do ex-ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas, que se licenciou na Lusófona, em 2007”, escreveu-se no PÚBLICO.

No dicionário, o significado que aqui se adequa para a palavra “crédito” surge em 9.º lugar e diz assim: “Unidade de valor que, em certos cursos, corresponde a um certo número de horas de trabalho realizado ou de formação concluída.” Exemplo dado: “O curso corresponde a vinte créditos.”

Na Universidade Lusófona, para a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais do ex-governante, e ao abrigo do sistema interno de reconhecimento e creditação de competências, 4 foi igual a 36. (Miguel Relvas realizou quatro cadeiras de um plano de estudos de 36.)

Torna-se difícil dar “crédito” (“confiança que alguém ou alguma coisa nos inspiram que leva a que se acredite na sua validade”) a uma formação assim.

Há outro exemplo registado “político de reconhecido crédito”, que ilustra a explicação “capacidade adquirida num certo domínio de actividade”, “credibilidade”. Mas aí os protagonistas são outros.

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