O nosso país

No Spectator desta semana, na sempre fascinante secção Barometer, sob o título "A família das nações", ficamos a saber que o Estado Islâmico do Iraque e al-Sham alega ser o Estado independente mais novo do mundo. Resta apurar quantos países há no mundo. Eis a lista do Spectator:

– 193 segundo as Nações Unidas

– 195 reconhecidos pelos EUA

– 196, se acrescentarmos o Taiwan

– 204 de acordo com o Comité Olímpico Internacional

– 209 de acordo com a FIFA

– 249 com prefixos telefónicos internacionais.

O califa do 250.º país chamava-se Abu Bakr al-Baghdadi até anteontem, mas qualquer correspondência deve ser, a partir de agora, endereçada a Caliph Ibrahim ibn Awwad.

Será um dos maiores países do mundo e incluirá, naturalmente, Portugal e Espanha, que se chamarão pelo nome antigo de Andalus. O Caliph Ibrahim não faz distinções entre o Sul e o Norte da Península Ibérica. Será tudo dele: mesmo o Norte, que nunca gozou o benefício (falando a sério) de ser governado pelos muçulmanos tolerantes de outrora, a que, com grande vulgaridade, chamamos "mouros".

No mesmo Spectator o entediante Rod Liddle graceja: "So  goodbye Spain and Portugal. That becomes the region of Andalus. No loss to me, frankly [...]."

A verdade é que a nossa dita "reconquista" foi uma conquista violenta. Afonso Henriques era um aristocrata francês que expulsou os poéticos, científicos e intelectuais governantes islâmicos que tivemos (e ainda temos) a sorte de ter tido.

Fez muito bem. Ora essa.

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