Marinho e Pinto critica Constitucional que ainda não autorizou o PDR

“Já lá vão dois meses” e não há resposta, lembra o também advogado. A posição do novo partido em relação ao pagamento da divida pública é idêntica aos do arco da governação: “Não se pode dizer – não pagamos”.

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Marinho Pinto descreveu Paula Teixeira da Cruz como "uma barata tonta" Daniel Rocha

O Partido Democrático Republicano (PDR) dá os primeiros passos no contacto directo com os eleitores, embora, formalmente, ainda não tenha existência legal. E essa é uma questão que está a provocar algum descontentamento. Marinho e Pinto esteve este sábado, em Portimão, a testar a popularidade junto dos pescadores de Alvor. A seguir, aproveitou a ocasião para lembrar que “já lá vão dois meses” e o Tribunal Constitucional continua sem se pronunciar sobre a constituição do novo partido.

No almoço/comício realizado em Portimão, Marinho e Pinto lembrou que a Constituição “não condiciona a formação de novos partidos”. Por isso, o PDR não espera e veio para a rua proclamar: “Basta de promiscuidade, basta de corrupção e de tráfico de influências”, referindo-se aos poderes instituídos. Em relação ao parecer do TC, diz não estar preocupado: ”Aguardamos com tranquilidade a decisão desse órgão”, afirmou. E, de imediato, insurgiu-se contra “os partidos tradicionais que criaram para si privilégios vergonhosos” . Em Portimão foi criado o primeiro núcleo do PDR no Algarve, ficando o apelo aos simpatizantes e apoiantes para que a iniciativa se venha a repetir. Por enquanto, não há sedes, os contactos são via informática, e a política discute-se em forma de tertúlia, denunciando problemas locais.

No Alvor, o eurodeputado, membro da Comissão de Pescas do Parlamento Europeu (PE), ouviu queixas sobre a aplicação das normas comunitárias que colocam as pequenas embarcações em condições de desigualdade perante os grandes armadores. “Hoje aprendi, aqui, que a União Europeia não pode tratar de forma igual o pequeno pescador que luta corpo a corpo com o mar, em luta pela sobrevivência, como trata as  grandes traineiras que pescam num só dia ou  noite mais do que um destes pescadores durante um ano”. O sector da pesca, prometeu, “terá uma posição prioritária no programa do PDR”.

A jornada de trabalho em Alvor e Portimão foi justificada como se tratando de uma “acção política de um partido que está a nascer”. Mas, durante o almoço/comício, Marinho e Pinto chamou a atenção para reduzida presença de órgãos de comunicação social na sala. “A conspiração do silêncio que estão a fazer contra nós não nos desanima. Só demonstra que estão com medo”, denunciou, fazendo comparações com a cobertura televisiva dada a dirigentes de outras formações partidárias. Em relação à divida pública, o que diz Marinho não diverge do discurso dos partidos do arco do governação. “Temos de ser realistas - não se pode gastar mais do que o que se ganha, não se pode gastar mais do que se tem”. Em relação ao endividamento “esquizofrénico” das últimas décadas, a questão está em aberto. “Não sei o que se poderá fazer de concreto, quando se chegar ao poder, mas há uma coisa que não se deve fazer antes de lá chegar, é dizer não pagamos”. Sobre as prestações da dívida ou dos juros, Marinho e Pinto sublinhou: “Tudo isso pode ser negociado, o que não se pode dizer é - antes de chegarmos à mesa para negociar - não pagamos, como se fossemos os credores, e não os devedores”

 

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