PDR quer candidaturas individuais de cidadãos ao Parlamento

Novo partido de Marinho e Pinto, o Partido Democrático Republicano, já tem declaração de princípios, que vai ser discutida no domingo, em Coimbra.

A ressalva é do próprio: Marinho e Pinto não faz promessas. “Não esperem de mim o impossível. Sou apenas uma pessoa que vai trabalhar para ajudar a resolver os problemas do país”, avisa, mas quer que o seu novo partido seja o “catalisador dos movimentos nacionais que obriguem os partidos a colocar em primeiro lugar os interesses nacionais” e os princípios orientadores do Partido Democrático Republicano (PDR) – liberdade, justiça e solidariedade.

Mantém em segredo outros nomes sonantes além do do ex-socialista Eurico Figueiredo – que pode até faltar à assembleia de fundadores do PDR , no domingo à tarde, na casa Municipal da Cultura de Coimbra – e do antigo militante do PSD Fernando Condesso. Mas conta com a desilusão generalizada com os partidos para engrossar as fileiras do seu. Além da agenda de denúncia e protesto que caracterizam Marinho e Pinto, o partido terá a sua agenda política. “Vamos apresentar um programa de Governo”, promete, mas levanta pouco o véu. Pressionado, diz que haverá, por exemplo, políticas “muito firmes de dignificação da maternidade”.

Quer “inovar, levar à vida pública mais honestidade autenticidade, menos teatro e falsidade”. Fazer o combate político contra a promiscuidade entre política e negócios, “subordinando o poder económico ao poder político democrático” e controlando a concentração do poder económico, como estipula na declaração de princípios com 11 pontos.

O PDR defende a possibilidade de os cidadãos se candidatarem em listas próprias, fora de partidos e movimentos, a todos os órgãos políticos – agora só é possível para a Presidência – passando o Parlamento a ter um “sistema misto de representação proporcional personalizado e de maioria”. Defende a “igualdade cívica”, a “proibição de uso de títulos nobiliárquicos”, o “estrito controlo das finanças partidárias”, a progressividade fiscal e a tributação das “grandes fortunas herdadas”.

Marinho e Pinto é contra a privatização de serviços públicos essenciais como a água, energia, serviços postais, comunicações e transportes públicos. Estando quase todos feitos, a solução é renacionalizar? Talvez – ou o “Estado pode voltar a criar empresas suas que prestem esse serviço”, avança o eurodeputado. É defensor da descentralização e regionalização, mas ao mesmo tempo quer “reforçar a presença do Estado” nas áreas do ensino, justiça e saúde nas “zonas esquecidas” do país. Advoga a integração europeia e a extinção dos paraísos fiscais.

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