Costa treina ziguezague político em Moscavide

Líder do PS virou à esquerda e guinou à direita ao longo da primeira arruada do último dia socialista.

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A arruada em Moscavide Paulo Pimenta
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Quando as sondagens apresentam o PS atrás da coligação, mas sem que nenhuma das forças políticas dê mostras de ter vantagem confortável, o secretário-geral do PS arrancou para o último dia de campanha aproveitando ao máximo as horas do dia.

Logo pela manhã, António Costa deslocou-se ao popular bairro de Moscavide. Sem ser uma enchente, a presença do líder do PS levou alguns habitantes a deixar-se ficar pela avenida para ver passar ou cumprimentar o candidato.

A arruada valeu pelo esforço de “contacto com a população”. Apesar de o alcatrão estar reservado para a caravana, Costa fez questão de se desviar repetidas vezes para as margens da rua e assim tentar chegar aos que o esperavam. O que resultou num constante ziguezaguear do socialista, pela esquerda e pela direita da rua, enquanto a comitiva se deixava ficar no alcatrão.

A imagem resumia a expectativa dos apoiantes e dirigentes socialistas para os dias que se seguirão às eleições. Confiantes ainda numa vitória, embora sem chegar à maioria, havia quem, enquanto esperava pelo líder, vaticinasse semanas de árduo ziguezague político para encontrar uma solução que suporte um governo sem maioria. Um ex-governante mostrava-se confiante na “habilidade política” de Costa para navegar nesse mar turvo, sempre atento aos sinais que lhe vinham da sua direita e da sua esquerda. “Está tudo em aberto”, resumia o ex-governante.

Foi o que se sentiu também na rua. A reformada Natália (assim que quis identificar) estava no passeio para ver o candidato em quem ia votar. “É um homem sério”, disse justificando a sua escolha antes de complementar com a sua avaliação do Governo. “Temos que pôr aqueles tipos de lá para fora.”  “Venha cá, venha cá”, gritava mais à frente a cliente Teresa Correia à porta do “Paraíso da Fruta”. Costa foi e entrou pela loja dentro a cumprimentar quem lá estava.

Ainda assim, nem todos os que ali estavam eram apoiantes. Como Carlos Pombal, que, sem ser militante do PS, estava no passeio para ver passar Costa. “Gostava mais do Seguro”, disse já depois de ter confirmado que iria votar mas não no PS. Enquanto Costa passava, Carlos Pombal assumia ao PÚBLICO a sua aversão aos “tubarões do partido”.

A falível amostragem da rua, mostrava assim, em Moscavide, que o resultado do PS se mantinha periclitante. Tal como a frágil banca de florista abandonada, onde terminou a arruada. Costa não se amedrontou e trepou rapidamente pelos três níveis para se despedir dos apoiantes. Teve chamar o líder da FAUL, que se mostrava mais cauteloso para ensaiar a escalada. Depois de vencer as cautelas, Marcos Perestrello lá fez o apelo que faltava. “Não se esqueçam, às 16 horas, todos ao Chiado, rumo à vitória do PS!”

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