Juiz liberta mulher que terá ateado fogo à casa com os filhos lá dentro
Mulher ter-se-á tentado matar, juntamente com os filhos, num "quadro de conflitualidade conjugal", segundo a PJ. Fica proibida de contactar com o marido.
Uma mulher de 31 anos que terá incendiado o apartamento onde se encontrava com os seus filhos, de um e três anos de idade, no passado sábado, em Guimarães, foi libertada no final da tarde desta segunda-feira. Após ser interrogada por um juiz no Tribunal de Guimarães, ficou indiciada por um crime de incêndio, obrigada a apresentar-se de três em três semanas no posto de polícia local e proibida de contactar o marido.
Fonte da Polícia Judiciária garantiu ao PÚBLICO que a situação ocorreu após mais uma discussão entre a mulher e o marido e confirmou que a arguida enfrenta actualmente uma depressão no contexto da qual o exagerado consumo de álcool terá sido uma prática nos últimos tempos.
O caso ocorreu na tarde de sábado, e, segundo a Polícia Judiciária, "foi apenas devido à rápida intervenção de vizinhos e bombeiros que o incêndio não se propagou a outras habitações e edifícios, tendo criado risco de vida para as duas crianças".
A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Guimarães já foi chamada a "acompanhar" o caso dos dois menores, que continuam sob observação médica, devido à inalação de fumo. Após ter tido alta, a mulher, uma secretária de 31 anos, foi detida e ouvida ainda nesta tarde em tribunal "para aplicação de medidas de coacção tidas por adequadas".
"A situação está a ser dirigida pela Polícia Judiciária. A polícia actuou logo na altura e agora vamos entrar nós [CPCJ]", disse à Lusa o presidente da CPCJ de Guimarães, Pedro Ivo Lobo, acrescentando que a instituição recebeu apenas na manhã desta segunda-feira “a sinalização do que terá acontecido”. “Vamos avaliar a situação em relação aos menores”, acrescentou.
A residir na Rua da Boavista, na freguesia de Mesão Frio, a mulher ter-se-á fechado com as crianças e ateado de seguida o fogo. Segundo o jornal Correio da Manhã, tratou-se de uma tentativa de homicídio, seguida de suicídio, que ocorreu num contexto de violência doméstica. Após uma discussão com o marido, a mulher terá querido matar-se, arrastando os filhos consigo.
O incêndio consumiu o quarto em que os três se encontravam, mas, com o pronto alerta dos vizinhos, os bombeiros conseguiram retirar com vida quer a mulher, quer os filhos, tendo os três sido levados para o hospital. O fumo provocou estragos noutras divisões, bem como noutros apartamentos do mesmo prédio.