A visita de um presidente fragilizado

François Hollande esteve em Portugal numa visita-relâmpago, que teria sido mais calma e eventualmente mais profíqua se a França não tivesse sido, outra vez, palco de um ignóbil atentado terrorista (o de Nice) e se a Turquia não estivesse a viver as inquietantes sequelas do golpe militar que aproveitou a Erdogan. Mas se estes dois acontecimentos ensombram o futuro da Europa, também ensombram a popularidade de François Hollande. Os franceses olham-no com desconfiança, de novo, não vendo nele um líder à altura das circunstâncias. E Hollande tenta, no exterior, mostrar que sabe corporizar a importância da França na cena internacional. Em Portugal, agradeceu a solidariedade com os franceses e contrariou eventuais sanções, dizendo que o país “já desenvolveu enormes esforços e sacrifícios.” Em Dublin, depois, iria mostrar o seu empenho numa “nova Europa”. O problema é que são os fantasmas da velha Europa que nos assombram o caminho.

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