Principal suspeito no atentado em Banguecoque é estrangeiro

Sabe-se muito pouco sobre o principal suspeito do ataque em Banguecoque que matou 20 pessoas. A polícia tem já um retrato-robô

Foto
O retrato-robô do principal suspeito foi desenhado através de imagens à distância e granuladas Polícia Real da Tailândia

A polícia tailandesa procura um homem estrangeiro, e dois possíveis cúmplices, pelo ataque bombista de segunda-feira em Banguecoque, que matou 20 pessoas à entrada de um popular templo budista, no centro da cidade. O Governo oferece um milhão de baht, ou cerca de 25 mil euros, por informações que levem à sua captura.

O principal suspeito foi ouvido a falar "estrangeiro, uma outra língua que não inglês", disse o porta-voz da polícia da polícia tailandesa, Prawut Thawornsiri.

Mas não se está hoje mais perto de saber quem é o principal suspeito, ou as razões que motivaram o atentado. As autoridades divulgaram hoje um retrato-robô do homem, que até agora se via apenas em imagens pouco claras, vestido com uma t-shirt amarela, a deixar uma mochila no local, cerca de 20 minutos antes da explosão.

Há mais dúvidas do que certezas. As únicas informações estão no retrato: jovem, pele clara, cabelo denso e negro, barba rala. “Deve ser europeu, ou de ascendência mista. Talvez do Médio Oriente”, disse, citado pela Reuters,Prawut Thawornsiri. Baseia-se, tal como o retrato-robô, nas imagens distantes e pouco claras, capturadas por câmaras de vigilância próximas do local da explosão.

A polícia acredita que o homem não agiu sozinho. Thawornsiri diz que há pelo menos duas pessoas, nas filmagens, que parecem usar o corpo para esconderem o principal suspeito dos olhares de quem passava, enquanto este deixava a mochila para trás. “É uma rede” de pessoas, “de certeza que não o fez sozinho”, disse o responsável, citado pela BBC.

O primeiro-ministro tailandês disse na terça-feira que era provável que os grupos antigovernamentais do Nordeste estivessem ligados ao atentado. Prayut Chan-ocha refere-se a movimentos próximos dos Camisas Vermelhas, que apoiam a família Shinawatra, no poder antes do golpe militar de 2014.

Mas a polícia tailandesa parece não ter tantas certezas. De acordo com a Reuters, a investigação não se inclina para nenhum grupo em especial, e diz mesmo que este género de ataque não corresponde às práticas dos Camisas Vermelhas, ou dos separatistas muçulmanos no Sul, há décadas em confronto com os governos de Banguecoque.

Investiga-se também um terceiro grupo, para além dos dois habituais suspeitos. Põe-se a possibilidade de o atentado ter sido um acto de vingança, provocado por membros da etnia Uighur. Em Julho, o Governo tailandês expulsou à força 109 pessoas desta etnia para o Sul da China, para a província de Xinjiang, de onde são originários, e onde existem movimentos separatistas étnicos que, na sua revolta contra Pequim, fizeram centenas de vítimas ao longo dos anos.

Na terça-feira, surge novo elemento para ajudar à confusão. Uma pequena bomba explodiu dentro de água num pequeno rio, também em Banguecoque, atirada de uma ponte pedonal. Ninguém ficou ferido, mas surgiram imediatamente dúvidas sobre se o caso teria alguma ligação com a explosão de segunda-feira. A Reuters escreve que, inicialmente, fontes do Governo sugeriram que sim. Mas, nesta quarta-feira, o chefe da polícia tailandesa negou-o. 

Sugerir correcção
Comentar