Miguel Relvas reafirma que cumpriu todas as regras na sua licenciatura

Poucos dias depois da notícia de que 105 ex-alunos da Lusófona perderam o seu grau académico, o ex-ministro defende não ter beneficiado de qualquer privilégio.

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Em entrevista, o ex-ministro defende não existir qualquer irregularidade na sua licenciatura: "Foi tudo feito com base nas regras de Bolonha". Foto: Enric Vives-Rubio

Miguel Relvas reafirma que não beneficiou de qualquer privilégio na obtenção da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona. Em entrevista ao Expresso, o ex-ministro defende que “foi tudo com base nas regras de Bolonha”, acrescentando, “nunca precisei da licenciatura para chegar onde tinha chegado”.

Na primeira grande entrevista desde a sua demissão do cargo de ministro da Presidência e Assuntos Parlamentares, em 2013, e no momento em que ressurgiu no espaço público com a edição do livro O Outro Lado da Governação, Miguel Relvas mantém que não existem quaisquer irregularidades na licenciatura que completou em apenas um ano, fruto dos créditos atribuídos pela Lusófona com base na sua experiência profissional e política. “Estava numa fase da minha vida em que tinha tempo, pedi à universidade, não conhecia ninguém, não tinha privilégio e cumpri escrupulosamente”, disse ao semanário.

Na última quarta-feira, o PÚBLICO noticiou que, na sequência do chamado “caso Relvas”, 105 ex-alunos da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias perderam o grau de licenciado ou mestre, consequência da acção iniciada em 2012 pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC). Entre eles não está Miguel Relvas, porque o seu processo foi  remetido pelo Ministério da Educação e Ciência para o Ministério Público, que confirmou existirem  razões para pedir a nulidade do curso de Relvas.

Por isso, a decisão sobre a nulidade do seu processo académico compete agora ao Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa. Isso mesmo foi alegado pelo advogado de Relvas, Castanheiras Neves, quando em Fevereiro o ex-ministro foi noticiado pela Lusófona para se pronunciar  sobre o caso. Na sequência desta exposição, o reitor da universidade emitiu um despacho onde se reafirma que a Lusófona fica a aguardar “a conclusão do processo judicial para que os actos jurídicos a praticar fiquem em conformidade com a sentença”.

Na entrevista ao Expresso, perante a sugestão de que uma licenciatura facilitada é um péssimo exemplo para os jovens, Miguel Relvas contrapõe: “O que me faria ter vergonha era se aparecesse um processo de corrupção com o meu nome”.

Notícia corrigida às 15h30. Corrige razões da notificação da Lusófona e resposta de Relvas a esta.

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